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Mulheres no Comando: entrevista com a Diretora-Geral do Campus São Borja

Publicado em Quarta, 29 de Março de 2017, 16h16 | por Secretaria de Comunicação | Voltar à página anterior

Série de entrevistas com mulheres que estão à frente do Instituto Federal Farroupilha. Confira a última da série, com a Diretora Geral do Campus São Borja, Carla Zappe.

No Instituto Federal Farroupilha, temos servidoras que desempenham funções de gestão na Reitoria e nos campi, sendo responsáveis por liderar grandes equipes e por tomar decisões importantes sobre o desenvolvimento da instituição.

Para que essas mulheres sejam ainda mais conhecidas e valorizadas – já que as identidades precisam ser narradas para serem reconhecidas e, assim, respeitadas, durante este mês de março apresentamos uma série de entrevistas.

Você vai entender por que essas mulheres conquistaram papéis de destaque, o que significa para elas estar à frente de um cargo de gestão e se, na opinião delas, a questão de gênero influencia no ambiente de trabalho.

A série "Mulheres no Comando" é uma das ações que compõem o especial Mês da Mulher no IFFar. 

 

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Nome completo: Carla Tatiana Zappe

 

Data em que assumiu o cargo de Diretora-geral: 05/12/2016 - Posse realizada pela Reitora no dia 15 de dezembro.

 

Função e campus antes de ser Diretora-geral: Docente EBTT do Campus São Borja, Coordenadora do NEAD e da Pós-Graduação.

 

O que te motivou a aceitar o convite para assumir um cargo de gestão na instituição?

A motivação para assumir este desafio se deu em função do apoio dos colegas, os quais elencaram o meu nome e, principalmente, por poder trabalhar coletivamente pela construção de uma instituição ainda mais atuante e relevante para toda a comunidade.

 

Quais os benefícios de ser mulher ao assumir um cargo de gestora? Quais os principais desafios?

Penso que não há exatamente benefícios em ser mulher ao ocupar um cargo de gestão, mas desafios diários para romper com os machismos cotidianos. Além disso, acredito que, quando uma mulher ocupa um espaço que historicamente sempre foi destinado aos homens, ela imprime nas demais mulheres a possibilidade de também chegarem nesses lugares. Evidentemente não é fácil, porque o ponto de partida de todas não são os mesmos, mas visualizar uma mulher exercendo uma atividade que outrora não se enxergava penso ser algo bastante significativo.

 

Você já ouviu alguma frase machista a respeito de seu cargo profissional? Como você reagiu e/ou costuma reagir?

Difícil haver alguma mulher que não tenha ouvido nenhum comentário ou atitude machista, seja no trabalho ou na vida pessoal. Nas minhas atividades profissionais, já senti, sim, atitudes machistas, não só de homens como também de outras mulheres - o que penso ser algo intrínseco ao modelo de sociedade patriarcal que a gente vive. Em geral, quando percebo essas situações, não tomo atitudes extremadas e procuro, por meio do meu trabalho e das minhas ações, mostrar que as pessoas estão equivocadas. 

 

Você acha que é mais fácil para um homem ocupar um cargo de gestão do que para uma mulher? Por quê?

Dentro de uma ideia de divisão sexual do trabalho, parece lógico que é mais fácil, sim, para um homem ocupar um cargo de gestão. Não porque possui mais capacidade técnica ou emocional, mas porque não enfrenta no cotidiano as questões relativas aos machismos que nós, mulheres, enfrentamos. Ainda que o trabalho não remunerado nas atividades domésticas já venha crescendo em relação aos homens, é sabido que ainda são as mulheres as maiores responsáveis com os cuidados da casa, da família e dos filhos, por isso que, de uma forma geral, acredito ser mais difícil para uma mulher se colocar em posição de chefia. 

 

Em que exemplo(s) feminino(s) você se inspira para exercer sua função profissional?

Levo os ensinamentos da minha mãe e admiro profissionalmente nossas colegas gestoras de instituição, como a nossa Reitora, Pró- reitoras e demais diretoras.

 

O que falta para mais mulheres conquistarem posições de destaque no mercado de trabalho?

A divisão sexual do trabalho criou historicamente posições para serem ocupadas pelos homens, em geral as de caráter público, e posições para serem ocupadas pelas mulheres, em geral as de caráter privado. Com isso, às mulheres foram reservados os espaços domésticos ou as profissões ligadas ao cuidado e ao afeto, como a própria atividade docente. Somente a partir das diversas ondas do movimento feminista em todo o mundo é que as mulheres passaram a ter direitos garantidos e a ocupar espaços antes inimagináveis, como na política, por exemplo. Contudo, parece-me que o que ainda falta para mais mulheres chegarem em maior número a posições de destaque é a tomada de consciência da população em geral de que o machismo estrutura a sociedade e, sendo assim, impede ainda muitas mulheres de ocuparem espaços tidos como "masculinos". O rompimento da divisão sexual do trabalho ainda é lento, gradual e deve ser feito todos os dias, em todas as atividades em que seja possível a representatividade feminina, para que cada vez mais a presença das mulheres em cargos de chefia seja habitual.

 

 

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