Conheça dois projetos de pesquisa do IFFar coordenado por mulheres
Hoje, 11 de fevereiro, é comemorado o Dia Internacional de Mulheres e Meninas na Ciência. A data, instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU), procura dar visibilidade e estimular a pesquisa científica desenvolvida por mulheres. Para marcar a data, conheça dois projetos de pesquisa coordenados por servidoras do IFFar.
Foto: imagens de arquivo de alunas do IFFar desenvolvendo atividades de pesquisa
Projeto vai ajudar a implementar ações sustentáveis no Campus São Borja
Caroline Côrtes Lacerda é pedagoga do IFFar – Campus São Borja. Ela coordena o projeto “Construindo um caminho sustentável no IFFar – Campus São Borja – RS por meio da abordagem Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS)”. O projeto tem o objetivo de realizar um diagnóstico socioambiental no campus para implementar ações de educação ambiental em todos os segmentos da instituição.
O projeto está em andamento desde agosto de 2021. Neste período, já foram realizadas algumas ações, como reuniões com bolsistas, servidores e alunos voluntários, ciclos de palestras e uma parceria com o Núcleo de Gestão e Educação Ambiental (NUGEA) do campus para o estudo e planejamento de ações. Os alunos bolsistas também já apresentaram o projeto em eventos de iniciação científica.
Uma das etapas do projeto é a coleta de dados para diagnosticar a situação do campus. Embora ainda não tenha sido realizada, Carolina Lacerda já identifica algumas ações de sustentabilidade sendo realizadas na unidade. Algumas delas são a não utilização de copos descartáveis nos setores e a realização de campanhas de arrecadação de pilhas, baterias e medicamentos vencidos. O Campus São Borja também utiliza placas voltaicas para a produção de energia de forma sustentável e possui uma estação de tratamento de esgoto dentro da unidade.
De acordo com Carolina, o projeto é importante por permitir investigar, por meio da pesquisa científica, o que o Campus São Borja utiliza no seu dia-a-dia dos recursos naturais do nosso planeta. Também permite conhecer as ações que a unidade realiza visando um mundo mais sustentável. “A partir disso, podemos pensar e planejar um campus mais sustentável e trabalhar na sensibilização da comunidade acadêmica para hábitos de vida mais saudáveis e com menos impactos ao meio ambiente”, conta a pedagoga do Campus São Borja.
O projeto conta com duas alunas bolsistas: Maria Luisa da Costa Radons, do ensino médio, e Edinelson Portela Alves, da graduação.
Pesquisa busca desenvolver novo produto a partir de resíduos agroindustriais
Luana Haselein Maurer é professora dos cursos de Tecnologia em Agroindústria e Técnico em Agroindústria – Proeja - do IFFar - Campus Alegrete. Ela coordena um projeto de pesquisa que tem como objetivo o desenvolvimento de uma bebida láctea rica em fibras utilizando farinha de casca de maracujá e soro de leite como resíduos agroindustriais.
De acordo com a professora Luana, o Brasil produz em média 600 mil toneladas de maracujá por ano. Metade dessa produção é composta pelas cascas, que em grande parte ainda são descartadas e vão para aterros sanitários. A pesquisa vai ajudar a conhecer os benefícios da farinha de casca de maracujá, o que pode fomentar o aproveitamento desse subproduto.
Luana Maurer também explicou que a utilização desses subprodutos podem produzir alimentos saudáveis. Os vegetais minimamente processados, mesmo que passem por etapas de industrialização, não deixam de ser frescos e saudáveis. Eles podem, inclusive, diminuir o uso de aditivos nos alimentos. “A farinha de casca de maracujá mesmo, pode ser utilizada como um estabilizante e espessante natural, substituindo os sintéticos”, explicou a professora do Campus São Borja.
O desenvolvimento da bebida é, assim, uma forma de aproveitar integralmente os alimentos, diminuindo o impacto ambiental da indústria. O projeto de pesquisa também ajuda a promover a criatividade dos alunos do IFFar no desenvolvimento de novos produtos e a sua preocupação com um ambiente agroindustrial mais sustentável.
Em razão da pandemia, apenas uma parte do projeto pode ser executada até agora. Foram realizadas atividades relacionadas à composição da farinha e um questionário online avaliando a percepção do consumidor sobre o consumo desse tipo de produto. Após o retorno das atividades presenciais, a bebida será desenvolvida. Depois disso, ainda é necessário realizar a avaliação sensorial do produto com provadores.
O projeto conta com uma bolsista: a aluna do curso de Tecnologia em Agroindústria Aiandra Pedrozo.
Participação de mulheres em projetos de pesquisa no IFFar
A pedagoga Caroline Lacerda disse ver uma significativa representatividade de mulheres e meninas participando de projetos de pesquisa no IFFar. Apesar de poder haver uma participação ligeiramente maior dos homens, ela vê um crescimento da participação das mulheres nos últimos anos. A professora Luana Haselein Maurer avalia a situação de forma parecida. Na área de alimentos, no entanto, ela acha que a participação feminina é ainda maior que a dos homens.
As duas servidoras do IFFar acreditam que campanhas que incentivem a participação de mais meninas e mulheres na ciência, como a data instituída pela ONU, sejam relevantes. Para a professora Luana, isso é especialmente relevante em áreas onde a participação feminina é menor, “para que as meninas possam, desde cedo, se enxergarem num ambiente onde a sociedade ainda não as coloca de maneira igualitária”.
Caroline Lacerda também destaca a possibilidade de campanhas como essa estimularem um ambiente mais igualitário, para que as mulheres conquistem ainda mais espaço. “Sabe-se que ainda existe muito preconceito em relação às mulheres em diversos setores”, disse Carolina, “e campanhas como estas auxiliam na sensibilização da sociedade sobre o tema e das próprias mulheres que, em alguns casos, assimilam essa ideia, por medo ou preconceito e não se inserem nos espaços sociais”.
No IFFar, em relação a coordenação de projetos, a participação feminina ainda é proporcionalmente menor. De acordo com dados extraídos do Sistema Integrado de Gestão (SIG) e fornecidos pela Pró-Reitoria de Desenvolvimento Institucional (PRDI), o IFFar tem 835 servidoras e 727 servidores. Considerando apenas os docentes, as mulheres ainda são a maioria: são 430 professoras e 374 professores.
Mesmo sendo a maioria na instituição, a participação das mulheres na coordenação de projetos de pesquisa ainda é ligeiramente menor. De acordo com a Pró-reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação (PRPPGI), existem 207 projetos de pesquisa em execução no IFFar. Desses, 100 projetos são coordenados por mulheres.
Secom
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