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Estudante do IFFar é premiada em Congresso Brasileiro de Ornitologia

Publicado em Terça, 30 de Julho de 2019, 10h21 | por Gabinete JC | Voltar à página anterior

A estudante do curso de Ciências Biológicas do Campus Júlio de Castilhos, Ivana Cardoso da Silva, recebeu o prêmio de melhor comunicação oral de estudante de graduação no XXVI Congresso Brasileiro de Ornitologia, realizado de 8 a 12 de julho em Vila Velha (ES). A participação de Ivana no congresso foi viabilizada pelo financiamento da Sociedade Brasileira de Ornitologia (SBO), concedido a apenas sete estudantes do país. 

O trabalho “Ambientes de borda criados por insularização florestal abrigam avifaunas empobrecidas" foi escrito com o professor do IFFar, Anderson S. Bueno, e com o professor da University of East Anglia, Carlos A. Peres. Os dados analisados na pesquisa são oriundos do projeto desenvolvido no Estado do Amazonas, do qual a aluna fez parte no segundo semestre de 2016.

A experiência na Amazônia

De julho a dezembro de 2016, a aluna participou do Programa de Voluntariado do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) na Reserva Biológica do Uatumã, no lago e no entorno da Usina Hidrelétrica de Balbina, localizada no município de Presidente Figueiredo, no Estado do Amazonas.

Durante esse tempo, Ivana integrou o projeto "Impactos ecológicos da Usina Hidrelétrica de Balbina em assembleias de aves florestais", que já vinha sendo desenvolvido desde 2015 sob coordenação e supervisão do professor do IFFar Anderson S. Bueno.

O objetivo do projeto era determinar os impactos ecológicos de longo prazo do represamento do rio Uatumã em espécies de aves florestais. Para isso, foi avaliada a diversidade dos conjuntos de espécies de aves localizadas em áreas preservadas de floresta contínua e em ilhas florestais do reservatório da usina. Ao longo do semestre, foram realizadas amostras em 38 sítios, onde eram instaladas redes de neblina e realizadas as amostragens, que duravam das 6h às 15h.

“Revisávamos as redes a cada uma hora procurando aves capturadas e, quando encontrávamos, com cuidado, as tirávamos da rede e colocávamos em um saco de algodão, anotávamos a hora e o número da rede em que a ave caiu e as levávamos para acampamento onde passávamos o dia. Lá, pesávamos a ave, medíamos a largura do tarso, o comprimento total da ave, da asa, da cauda, do bico. Depois de medir, marcávamos a ave com um anel numerado, chamado de anilha”, explica Ivana.

Terminado o trabalho de campo, a aluna retornou para sua cidade e começou a estudar mais sobre o tema e a analisar os dados. “Também desenvolvi habilidades analíticas e de redação para poder produzir os estudos que vieram a seguir. Boa parte do aprendizado que adquiri durante esse período devo a nossa equipe de campo, que se tornou minha segunda família”, finaliza a aluna.  

 

Saiba mais sobre o projeto premiado

Com o represamento de um rio, grandes áreas de floresta são inundadas, como ocorre em Balbina, no Amazonas. As partes mais altas do relevo viram fragmentos isolados por uma matriz contrastante (água). A partir dessa mudança, os fragmentos passam a sofrer com os efeitos de borda, como aumento da luminosidade e temperatura e diminuição da umidade, resultantes da interação entre dois ambientes adjacentes (matriz e fragmento), gerando uma área de ecótono (borda do fragmento). Ambientes de borda podem conter maior riqueza por abrigarem espécies dos dois ambientes adjacentes.

Porém, em ilhas florestais, a contribuição da matriz como fonte de indivíduos é bastante reduzida. Por esse motivo, os pesquisadores testaram a hipótese de que, em uma paisagem florestal insularizada, ambientes de borda abrigam composição distinta e menor riqueza e abundância de aves de sub-bosque do que ambientes de interior de fragmento, além de investigarem se a contribuição da matriz como fonte de indivíduos é pequena. Os 38 sítios analisados foram classificados em ambientes de borda (total=19) e ambientes de interior (total=19).  

Cada sítio foi visitado duas vezes, entre julho e dezembro de 2015 e 2016, onde foram capturados 2115 indivíduos de 130 espécies. Os investigadores compararam a riqueza em nível de habitat e sítio e abundância em nível de sítio utilizando curvas de rarefação e test-t. Sintetizaram a composição de espécies usando uma ordenação multivariada (NMDS) e realizaram uma comparação entre os ambientes utilizando modelo linear generalizado (GLM).

Ivana explica que a riqueza foi maior em ambientes de interior de fragmento em nível de habitat e sítio, assim como a abundância. Já a composição foi diferente entre os ambientes.

“O baixo número de espécies não-florestais capturadas em ambientes de borda (total=13) evidencia a pequena contribuição da matriz, explicando a menor riqueza e abundância. Assim, a composição de espécies em ambientes de borda se caracterizou majoritariamente por um subconjunto de espécies florestais ao invés de espécies não-florestais”, explica a aluna.

Dessa forma, o resultado do trabalho demonstrou que, em paisagens insularizadas, fragmentos florestais mais expostos aos efeitos de borda tendem a abrigar avifaunas empobrecidas, porque a perda de espécies dentro do fragmento é maior do que o ganho de espécies provenientes da matriz.

 

Fonte: Secom IFFar

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