O projeto de pesquisa Integração Lavoura Pecuária (ILP), executado oficialmente no IFFar – Campus Santo Augusto desde 2020 (foram executados projetos-pilotos em 2018 e 2019), é coordenado pela professora Dra. Edna Nunes Gonçalves e conta com alunos dos cursos superiores de Bacharelado em Agronomia e de Tecnologia em Gestão do Agronegócio, nas funções de bolsistas remunerados e voluntários. Contou, em 2020, com o apoio financeiro do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e atualmente conta com o apoio da FAPERGS (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul).

De acordo com a professora Edna, o sistema ILP representa um conceito moderno de produção de alimentos e serviços ambientais, alinhado às emergentes necessidades de adequação do processo produtivo no sentido da intensificação sustentável. “Boas práticas de manejo, rotações agrícolas intercaladas a fases pastoris, o plantio direto, o uso eficiente de insumos e a utilização da pastagem em intensidades de pastejo moderadas formam o pilar conservacionista do sistema, diminuindo a incidência de pragas, doenças e plantas indesejáveis, reciclando os nutrientes de forma mais eficiente, menor uso de insumos por unidade de alimento produzida, maior eficiência no uso de maquinário, maior retorno financeiro em diferentes momento durante o ano, incremento de renda na mesma unidade de área e diminuição do risco da operação agrícola, destaca a professora.”

Os resultados da pesquisa mostram, até o momento, que a presença do bovino em áreas agrícolas não provoca a compactação do solo, no entanto, o manejo da pastagem precisa ser realizada com conhecimento técnico. A produtividade das culturas (soja e trigo) não sofreu redução quando comparada à área em que os bovinos nunca entraram para pastejo. De 2018 à 2021, a produtividade de grãos tem aumentado. O número de animais por hectare também vem aumentando ano após ano.

Segundo a professora Edna, em 2018 era possível colocar apenas 1 vaca da raça Holandês por hectare, e em 2021 foi atingida a média de 3 vacas/ha, utilizando menos ureia e 90% de azevém de ressemeadura natural, ou seja, maior produção de leite com redução dos custos com semente e ureia. “Foram 15 dias entre a dessecação do pasto e a semeadura da soja, e pretendemos diminuir esse período! Além disso, a área com ILP tem mostrado uma resiliência muito boa, frente às adversidades climáticas, mantendo a produtividade de soja acima da média do nosso município. O ano safra 2021/22 está sendo um desafio para o produtor devido à seca, e nós também estamos ansiosos para descobrir qual será a produtividade da soja deste ano no projeto ILP”, explica a professora.

Os Próximos desafios do projeto para os próximos anos são:avaliar outras características físicas e químicas do solo; avaliar bioindicadores que ajudem a verificar a saúde do solo; introdução do componente arbóreo (Eucalipto); alternativas de rotação de culturas de grãos, cobertura do solo e pastagens; diversificação do tipo de animal usado (gado de corte, ovinos).

Interessados no assunto ou que queiram ser parceiros na pesquisa do projeto e que possam ajudar com novas ideias de avaliações podem entrar em contato com a coordenadora pelo e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.