Codir aprova flexibilização de número de matrículas para abertura de turmas
O Colégio de Dirigentes do IFFar (Codir) realizou sua 1ª reunião extraordinária nesta terça-feira (28). As pautas foram a flexibilização do número de matrículas para o início das novas turmas dos cursos do IFFar e os impactos dos recentes aumentos das bolsas de pesquisa e permanência anunciados pelo Governo Federal.
De acordo com normas internas do IFFar, as novas turmas dos cursos devem ter um mínimo de 25 alunos matriculados para iniciarem o ano letivo. Esse número já vem sendo flexibilizado ao longo dos últimos anos, devido aos impactos da pandemia de Covid-19. A compreensão é de que, durante o período mencionado, houve uma redução geral nas matrículas em cursos oferecidos pelas instituições brasileiras. O número necessário para a abertura das turmas foi reduzido para 15.
O número mínimo de alunos para a abertura de cursos é pensado levando-se em conta a sua sustentabilidade econômica. De acordo com a pró-reitora de Ensino do IFFar, Patrícia Donicht, os custos para se manter um curso com mais ou menos que 25 alunos é o mesmo, considerando a necessidade de profissionais e utilização de espaços físicos.
No atual processo seletivo, também houve diversos cursos do IFFar que não atingiram 25 matrículas. A situação é especialmente relevante em relação aos cursos de Licenciatura e aos cursos Técnicos Integrados ao Ensino Médio oferecidos na modalidade de Educação para Jovens e Adultos (Proeja). Confira alguns dos números apresentados na reunião do Codir mais abaixo nesta notícia.
É importante ressaltar que os números apresentados no Codir em relação aos cursos superiores se referem apenas à 1ª chamada do processo seletivo. Ainda haverá a segunda chamada e a abertura do edital de seleção simplificada a partir de 28 de fevereiro. Esta última seleção tem o período de inscrições previstos para ocorrer entre 28 de fevereiro e 12 de março. Esses processos poderão aumentar o número de matrículas nos cursos do IFFar.
Em relação aos cursos de Licenciatura, a reitora do IFFar, Nídia Heringer, lembrou que há uma baixa procura geral por parte dos estudantes. Esta não é uma situação particular do IFFar e nem apenas das instituições de educação públicas. De acordo com a professora Nídia, instituições privadas que historicamente costumavam oferecer cursos de licenciatura estão deixando de fazê-lo.
O diretor Geral do Campus São Vicente do Sul, Deivid Dutra, lembrou que o IFFar, como instituição pública, deve atender a outros interesses da sociedade e não se pautar apenas pelas questões econômicas. Ele defendeu a continuidade da oferta desses cursos mesmo com o baixo número de alunos, considerando-se, além de outras questões, que se corre o risco de não termos professores de ensino básico suficientes no Brasil nos próximos anos. Deivid Dutra também relacionou a baixa procura dos cursos de Licenciatura à desvalorização da educação e da carreira do professor.
A diretora Geral do Campus Santa Rosa, Analice Marchezan, lembrou ainda que os Institutos Federais são obrigados por lei o oferecer um percentual mínimo de vagas em cursos de licenciatura. O diretor Geral do Campus São Borja, Artenio Rabuske, fez a ressalva de que há uma natural perda de alunos ao longo dos semestres. Essa situação seria ainda mais grave em cursos que já iniciarem com um baixo número de matrículas.
Consideradas estas questões, o Colégio de Dirigentes do IFFar decidiu flexibilizar o número mínimo de matrículas para a abertura de novas turmas nesse ano letivo. Os cursos de licenciatura poderão iniciar com qualquer número, inclusive inferior a 15. Dependerá de avaliação local de cada unidade, que terá liberdade para decidir pela abertura ou não das novas turmas. Os demais cursos de graduação deverão ter um mínimo de 15 matrículas, como já vem ocorrendo nos últimos anos.
Situação semelhante ocorre com os cursos Técnicos Integrados ao Ensino Médio oferecidos na modalidade de Educação para Jovens e Adultos. A oferta de um percentual mínimo de vagas para cursos desse tipo também é uma obrigatoriedade legal dos Institutos Federais. Assim como em relação às Licenciaturas, o Codir aprovou a abertura de novas turmas com qualquer número de alunos, dependendo apenas da avaliação local de cada campus.
Em relação aos cursos Técnicos Subsequentes ao Ensino Médio, a situação é bem melhor. Apesar de alguns cursos não terem fechado o mínimo, os números de estudantes matriculados são mais altos. De acordo com os dados apresentados na reunião do Codir, dez cursos tinham menos de 25 matrículas. Os números ainda não levavam em conta os processos seletivos complementares. Alguns diretores gerais explicaram que vários desses cursos já tinham atingido os quantitativos mínimos.
Levando em conta essas questões, as quantidades mínimas também foram flexibilizadas para os cursos Subsequentes. Na próxima reunião do Codir, a ser realizada no dia 8 de março, os números de matrículas atualizados serão apresentados.
Em relação aos cursos Técnicos Integrados ao Ensino Médio, não há problemas. De acordo com o pró-reitor de Desenvolvimento Institucional do IFFar, Carlos Lehn, esse é o processo seletivo da instituição que mais tem sucesso. A seleção desse ano recebeu 4 mil inscrições. Em alguns casos isolados em que turmas não foram fechadas, o problema foi sanado logo na primeira semana letiva, com as chamadas complementares.
Números de Matrículas em novas turmas de cursos do IFFar em 2023
Cursos Superiores
Oito cursos possuem 25 matrículas ou mais:
- Agronomia, oferecido nos campi Alegrete, Júlio de Castilhos, Santo Augusto e São Vicente do Sul;
- Ciências da Computação, oferecido no campus Frederico Westphalen;
- Administração, oferecido no campus Santo Augusto;
- Análise e Desenvolvimento de Sistemas, oferecido no campus São Vicente do Sul;
- Gestão Pública, oferecido no campus São Vicente do Sul.
12 cursos tiveram 20 a 24 matrículas:
- Pedagogia (EAD), oferecido no Centro de Referência de Santiago;
- Medicina Veterinária, oferecido pelo campus Frederico Westphalen;
- Administração, oferecido nos campi Júlio de Castilhos, Santa Rosa e São Vicente do Sul;
- Gestão do Agronegócio, oferecido nos campi Júlio de Castilhos e Santo Ângelo;
- Automação Industrial, oferecido no campus Panambi;
- Sistemas para Internet, oferecido nos campi Panambi e Santo Ângelo;
- Sistemas de Informação, oferecido no campus São Borja.
31 cursos tiveram menos de 20 matrículas:
- 11 cursos têm de 15 a 19 matrículas;
- 20 cursos têm menos de 15 matrículas.
Cursos Técnicos Proeja
Número de inscrições por unidade:
- Alegrete – 11 inscritos;
- Jaguari – 15 inscritos;
- Júlio de Castilhos – 10 inscritos;
- Panambi – 1 inscrito;
- Santa Rosa – 11 inscritos;
- Santo Ângelo – 3 inscritos;
- Santo Augusto – 0 inscritos;
- São Borja – 11 inscritos.
*Os demais campi não oferecem cursos nesta modalidade.
Governo Federal reajusta bolsas da Capes, CNPq e de Auxílio Permanência
O Governo Federal anunciou, no dia 16 de fevereiro, o aumento e a expansão das bolsas CAPES, CNPq e do Programa de Bolsa Permanência. O relato completo sobre os novos valores e os impactos no IFFar está disponível neste link.
Além de oferecer bolsas pagas por essas agências governamentais de fomento, o IFFar também disponibiliza bolsas de pesquisa, ensino e extensão com recursos próprios. Há uma orientação da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec/MEC) de que os valores pagos pelas instituições sejam equiparados aos valores pagos pelas agências.
Durante a 1ª Reunião Extraordinária do Codir de 2023, realizado nesta terça-feira (28), as pró-reitorias do IFFar demonstraram como seria o impacto financeiro para a instituição caso os valores fossem equiparados.
De acordo com a reitora do IFFar, professora Nídia Heringer, é preciso considerar que o orçamento disponibilizado pelo Governo Federal para o IFFar para o ano de 2023 não contempla o acréscimo no valor das bolsas pagas pela instituição. Por essa razão, não foi tirado nenhum encaminhamento durante esta reunião Codir. A questão, no entanto, está sendo debatida pela gestão e pelas unidades.
Confira os impactos:
- Em relação às bolsas ligadas à Pró-reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação do IFFar (PRPPGI), o impacto financeiro para uma eventual equiparação no valor das bolsas seria de 70%. O total investido passaria de cerca de R$100mil para cerca de R$170mil;
- Em relação às bolsas ligadas à Pró-reitoria de Ensino (Proen), o impacto seria de mais de 100% para quatro campus do IFFar. Nos demais, o impacto se manteria sempre mais alto que 50%. Em relação às bolsas pagas a tutores da licenciatura em Matemática à distância, o valor passou de R$765,00 para 1.100. O IFFar recebe 24 bolsas da Capes. No entanto, seria necessário um total de 45 bolsas para o andamento dos cursos. Nesse sentido, o IFFar precisaria arcar com os custos de 21 bolsas. O montante de recursos necessários para isso seria de R$27.720,00 mensais (considerando também o pagamento de impostos);
- Em relação à extensão, o incremento necessário seria de 91,88% nos recursos dos campi e de 58,45% nos recursos da Pró-reitoria de Extensão (Proex) destinados ao pagamento de bolsas. Considerando o montante pago em 2022, o déficit de 2023 seria, respectivamente, de R$361.200,00 e R$23.400,00. Em 2022, foram pagas 226 bolsas de extensão. Trinta e uma delas foram totalmente custeadas pela Proex;
- Em relação às bolsas da Capes oferecidas através dos programas de Incentivo à Iniciação à Docência (Pibid), de Residência Pedagógica (PRP) e de Educação Tutorial (PET), que também foram aumentadas, não haverá impacto no orçamento da instituição. Elas são pagas diretamente pelo Governo Federal.
Codir - A 1ª Reunião Extraordinária do Codir foi transmitida ao vivo pelo canal da WebTV do IFFar no Youtube. As gravações de todas as reuniões podem ser acessadas no canal. As informações completas sobre o Codir, incluindo o calendário das reuniões está disponível neste link.
No dia 8 de março, ocorre a 1ª Reunião Ordinária do Codir. Acompanhe nosso site para mais informações.
Secom
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