Nos últimos anos, tem se notado um avanço muito rápido da tecnologia em todos os setores da sociedade, inclusive nos agronegócios. Com isso, muitos se perguntam “qual será o futuro do Mercado Agro” para as próximas décadas?

A Engenheira Agrônoma do IFFar do Campus São Vicente do Sul, Heloísa de Oliveira, responde, com uma visão empreendedora sobre o futuro dos agronegócios.

O uso de drones para monitoramento das lavouras, bem como o desenvolvimento de aplicativos usados para estimar a tendência da flutuação dos preços das commodities, são exemplos que fazem parte do que os especialistas chamam de Quarta Revolução Industrial. As tecnologias quando cruzadas com outras inovações formam novas tecnologias. Essas revoluções no mundo dos negócios ocorrem a partir de uma nova fórmula de prospectar consumidores e crescer exponencialmente: as startups. Elas estão preocupadas em solucionar os dilemas da sociedade trazendo mais conforto e conveniência aos consumidores.

            Espera-se que o Mercado Agro necessite cada vez menos de mão de obra. As atividades no meio rural serão desempenhadas por tecnologia robótica utilizando apenas o monitoramento via sensoriamento remoto. Observa-se que todas as máquinas e implementos agrícolas que estão sendo lançadas no mercado possuem sistemas de piloto automático e sensores altamente desenvolvidos. Não haverá mais necessidade de pessoas trabalhando de forma exaustiva nas propriedades. Dessa forma, a procura por profissionais condizentes com uma realidade rodeada por inovações deverá aumentar. Muito provavelmente, o perfil mais buscado será de um gestor habilitado para lidar com as novas tecnologias mais do que um perfil técnico que atualmente predomina no mercado de trabalho.

            A técnica torna-se importante quando aliada com a gestão, pois no mundo dos Agronegócios o momento certo de tomar as decisões em nível de lavoura é que define os resultados finais de produção. Não basta conhecer os fundamentos das ciências de solo, clima e água quando não se tem uma visão panorâmica do sistema como um todo seja antes da porteira e depois da porteira. Os profissionais devem estar preparados para lidar com contingências que apareçam no decorrer do desenvolvimento da lavoura. Por isso, atualmente busca-se um profissional que saiba solucionar problemas de forma rápida e com menor recurso possível.  

Um futuro brilhante nos espera para as próximas décadas. O empreendedorismo e a gestão serão os grandes vórtices de progresso da sociedade humana.  Os novos modelos de negócios criam uma mudança de paradigma, uma vez que compreendem que as cartilhas não são algo que deva ser reproduzível em todos os contextos e realidades. A chamada geração Y e Z são jovens que desejam mudar o mundo e estão preocupados em aplicar o conhecimento para resolver os problemas de falta de água, energia e alimentos no cenário que vivemos. Portanto, a lição essencial a ser aprendida é que somente haverá inovação e avanços quando existir uma mudança de paradigma nas formas como pensar os Agronegócios relacionados às sociedades de consumo.

Heloisa Alves Pinto de Oliveira

Pós-graduanda em Agronegócios da Faculdade Metodista de Santa Maria

Engenheira Agrônoma do Instituto Federal Farroupilha – Campus São Vicente do Sul