Dentre os cursos do IFFar – Campus Panambi que estão com inscrições abertas, está o Curso Técnico em Edificações na modalidade PROEJA (para pessoas com mais de 18 anos e que ainda não terminaram o Ensino Médio).

Esse foi o curso cujo aprendizado teve um impacto muito positivo na vida de Sandra Elisabet Fagundes da Silva, que se formou em 2011. Confira abaixo uma entrevista com a ex-aluna.

Para quem se interessar em trilhar o mesmo caminho, as inscrições para o Proeja Edificações estão abertas até dia 1º de dezembro de 2016. Para se inscrever basta levar no Setor de Registros Acadêmicos do Campus Panambi o comprovante de conclusão do Ensino Fundamental e documento de identidade. Não há provas e o curso é totalmente gratuito. Informações adicionais pelo telefone (55) 3376 8818. 

1) O que te motivou a cursar o Proeja?

"O principal motivo de cursar o Proeja, foi o fato de poder me identificar com a turma, todos estavam buscando seu espaço, uma oportunidade que muitas vezes pensávamos que já tínhamos perdido. Queria terminar o ensino médio, tentei fazer o ensino médio normal, porém, me deparei no meio de adolescentes com a cabeça muito diferente da minha. Os meninos eram acelerados e os professores não tinham paciência de retomar os conteúdos, então eu sempre ficava para trás e sem entender a matéria. Esta função não durou um ano. A escola foi fazer uma visita no Instituto Federal Farroupilha – Campus Panambi e foi neste mesmo dia que me inscrevi no Proeja. O IFFar estava funcionando a apenas seis meses nesta época, não sabia direito do que se tratava o curso, mas queria uma oportunidade de fazer o que eu tinha deixado para trás em prol da família".

2) Em que a formação te auxiliou, tanto nos aspectos pessoais, sociais, profissionais?

"Primeiramente a autoestima. Lembro-me de certa vez que fui em uma determinada empresa a fim de fazer uma entrevista para emprego com intenção de trabalhar na fábrica. O entrevistador questionou meu currículo dizendo que os únicos cursos que eu tinha eram de artesanatos, que a única vaga destinada para este perfil seria as de limpeza de sanitários. Conforme você vai estudando, vai adquirindo sabedoria, vai se formando como cidadão crítico e conhecedor de seus direitos. Como é bom quando um filho chega da aula e pergunta: Mãe como faz esta conta? E você sabe para ensinar aquilo que para você foi difícil de aprender.

Depois de dois anos e meio entrei em uma empresa por mérito meu, com a ajuda do Instituto Federal Farroupilha. Com minhas notas, passei na seleção que me deu chance de fazer um estágio do curso Técnico em Edificações na empresa Bruning Tecnometal, na área de Layout, onde permaneci por cerca de oito meses.

Depois de formada passei em três vestibulares:

1) Engenharia civil na Unijuí, a qual cheguei a fazer minha matricula, mas depois tranquei por motivos financeiros.

2) Licenciatura em Química pelo Instituto Federal Farroupilha – Campus Panambi, que não cheguei a cursar.  

3) Licenciatura em Pedagogia pela Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS), a qual estou terminando 6º semestre sem ter reprovado em nem uma única disciplina.

É importante dizer que durante o curso Técnico em Edificações trabalhei na sala de recursos como bolsista, e fui voluntária no projeto Mulheres Mil, do IFFar. Por esta razão me identifiquei mais com a graduação de pedagogia".  

3) Como foi a formação no Campus Panambi, em termos de estrutura, professores, etc.?

"A Educação de Jovens e Adultos – EJA – é considerada uma modalidade de educação básica, desde 1996, segundo a Lei de Diretrizes e Bases - LDB. Mesmo assim nem sempre as Instituições dão ênfase a esta modalidade. Eu sou a confirmação de que o ensino de EJA é tão ou mais completo que muitos ensinos regulares. Os professores responsáveis pela minha formação recorreram a vários meios possíveis para aplicação de suas metodologias, criando condições adequadas para elaboração de seus temas. A aprendizagem se deu de forma individual e coletiva, em conjunto com os alunos presentes em sala de aula. Os professores traziam discursos claros e coerentes com a nossa realidade e com o passar do tempo os professores passaram a interpretar e conhecer a cada um de nós, podendo assim auxiliar cada qual na sua dificuldade".

4) Qual o maior desafio de voltar a estudar após alguns anos fora da escola?

"Os desafios foram muitos:

- O sair do seu estado de conforto (filhos, marido, sofá, novela) e enfrentar noites frias com pessoas que você mal conhece;

- Preconceitos por muitos acharem que é tarde, que seu lugar é atrás do fogão;

- Conflitos entre personalidades (somos todos adultos e fica difícil para os professores interferir);

- Conteúdos novos (ou há tempos esquecidos);

- Cansaço depois de um dia de trabalho;

- Medo de lutar e não conseguir (motivo pelo qual muitos desistem antes do término do curso)".

5) Eu recomendo o Proeja Edificações por que...

"Com toda certeza sou quem sou graças a este curso, que foi o que me abriu todas as portas até este momento. Como havia mencionado algumas frases acima quando fiz minha inscrição no IFFar não sabia direito o que era um Técnico em Edificação, mas com o passar do tempo fui me apaixonando pela profissão. A cada viagem, a cada nova realidade o técnico em ti vai despertando e só não estou trabalhando na área porque não foi possível fazer a faculdade de engenharia e fica um pouco difícil estar estudando humanas e trabalhando com exatas. Para quem for fazer o curso de Técnico em Edificações devo dizer que dificuldade a gente enfrenta em todas as áreas da vida. Porém um curso com tamanha magnitude como esse que o IFFar – Campus Panambi oferece vale a pena, pois a recompensa se faz valer a cada instante, mesmo antes do término do curso".

Ascom Campus Panambi