IV Formação de Lideranças Estudantis do IFFar promove palestra com deputada federal

^{Foto: deputada federal ministrou palestra na Reitoria do IFFar sobre a importância do movimento estudantil}

Fernanda Melchiona ministrou a palestra intitulada “O povo contra a democracia”. A atividade foi mediada pelo estudante Rony Gonçalves, membro do colegiado do curso de licenciatura em Química do IFFar – Campus Alegrete.

De acordo com Rony Gonçalves, o tema da palestra faz alusão ao livro de mesmo título escrito por Yascha Mounk. Na obra, explicou o estudante do IFFar, o autor fala das crises pelas quais passa a democracia em diversos lugares do mundo na contemporaneidade.

Melchiona abordou o tema falando de questões recentes que tem dominado o debate público, como a liberdade democrática, o direito à educação, o acesso à arte e à literatura, os direitos das mulheres, a liberdade de orientação sexual, entre outros. A lutas sociais em torno desses assuntos, de acordo com a deputada, mostra a necessidade de que “as pessoas se encontrem novamente como protagonistas de sua própria história”.

O movimento estudantil tem sido, historicamente, um importante espaço de lutas e de protagonismo dos sujeitos. Fernanda Melchiona fez parte do movimento estudantil quando estudante de biblioteconomia na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Ela citou alguns exemplos de temas em que a atuação organizada dos estudantes foi fundamental.

^{Foto: antes de atuar como vereadora e deputada, Fernanda Melchiona iniciou sua carreira política no movimento estudantil}

“Aprendi muito fazendo movimento estudantil com os meus colegas”, explicou a deputada. A atuação dos estudantes naquele período “foi mudando a cara da universidade”. “Conquistamos ações afirmativas [na UFRGS] cinco anos antes da lei federal porque o movimento estudantil se organizou junto ao movimento negro”, exemplificou Fernanda Melchiona. Para ela, “o movimento estudantil é, foi e precisa continuar sendo fundamental para o país”.

Na história brasileira, de acordo com a deputada, os estudantes também tiveram importância na defesa de outros temas, tais como a soberania do petróleo, a derrota da ditadura civil-militar, a derrota do ex-presidente Fernando Collor e na defesa da continuidade da gratuidade das universidades federais.

Melchiona também citou outros exemplos recentes. Em 2019, quando os recursos orçamentários da educação foram reduzidos, os estudantes organizaram o “tsunami da educação”, do qual fez parte o movimento “Tira a mão do meu IF”, em defesa dos Institutos Federais.

“O movimento estudantil é fundamental nessas lutas. É na juventude, na defesa da educação, da assistência estudantil, da pesquisa, extensão, vinculação com a comunidade, na defesa de um IF de portas abertas para debater com a comunidade, que temos condições de buscar outro modelo de sociedade, mais justo e igualitário”, defendeu a deputada federal Fernanda Melchiona.

^{Foto: representantes dos estudantes de todos os campi do IFFar participaram presencialmente do evento}

Por fim, Fernanda Melchiona disse que era papel dos representantes estudantis que participavam presencialmente da Formação “voltar e convencer os colegas a aderirem à luta, para que se tenha um IF mais forte, com mais recursos e mais estudantes”. Para a deputada, “política não se faz só em época de eleição”, se faz no dia a dia, através de movimentos organizados, como associações de moradores e grêmios estudantis.

Fernanda Melchiona exerce atualmente seu segundo mandato como deputada federal pelo Rio Grande do Sul. Foi a mulher mais votada do estado em 2022. Antes, atuou como vereadora de Porto Alegre entre 2009 e 2018. É natural de Alegrete, graduada em biblioteconomia pela UFRGS, especialista em História do Brasil pela Faculdade Porto Alegrense de Educação, Ciências e Artes (FAPA) e bancária licenciada.

Programação de sexta contou com três palestras

Na sexta, também ocorreram outras duas palestras. Uma delas foi ministrada pela reitora do IF Farroupilha, professora Nídia Heringer. Ela apresentou dados sobre as unidades do IFFar, explicando as particularidades de cada campus. Defendeu a necessidade de que, mesmo com as diferenças de cada local, cada estudante tenha a sensação de pertencimento.

“Pertencer é quando estamos em grupo, em um território, em um campus do IFFar, e a gente se apaixona por tudo aquilo que tem nesse lugar, e passamos a defender aquele lugar que passou a ser nosso, mesmo que por pouco tempo”, explicou a reitora.

^{Foto: a reitora do IFFar, professora Nídia Heringer, também participou como palestrante na IV Formação de Lideranças Estudantis}

Encerrando a programação, a estudante da UFRGS e ex-aluna do Instituto Federal Sul-Rio-Grandense (IFSul), Gabriela Frison, palestrou sobre a temática “O processo de autoconstituição de liderança”. A estudante explicou que integrou o Grêmio Estudantil durante seu período no IF. “Meu ensino médio no IF foi o que me transformou como cidadã. Quem estuda na Rede Federal desde os 15 anos de idade aprende um senso de responsabilidade e de liderança que é muito diferente”, disse Gabriela Frison.

Sobre o evento - Neste ano, a programação da IV Formação de Lideranças Estudantis do IFFar se estende pelos meses de junho, agosto, setembro e outubro. Com exceção da atividade inicial, ocorrida na última sexta-feira (23), que também se deu de forma presencial, todas as outras atividades acontecem exclusivamente na forma de lives, transmitidas pela WebTV do IFFar. A programação completa está disponível neste link.

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Secom