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Projeto do IFFar transforma vidas de imigrantes em Santo Ângelo

Publicado em Quarta, 11 de Dezembro de 2024, 14h00 | por Secretaria de Comunicação | Voltar à página anterior

O Projeto Multiletramentos com Imigrantes, desenvolvido pelo IFFar Campus Santo Ângelo, rompe barreiras linguísticas e culturais, transformando vidas e fortalecendo a inclusão social. Inspirado pelo Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 11 (Cidades e Comunidades Sustentáveis), a iniciativa acolhe participantes de diferentes nacionalidades, promovendo o aprendizado da língua portuguesa e também da valorização das múltiplas culturas e linguagens.

Projeto Multiletramentos com Imigrantes é realizado no campus Santo Ângelo
Projeto Multiletramentos com Imigrantes é realizado pelo IFFar campus Santo Ângelo | Foto: Divulgação.

As manhãs de sábado na Escola Municipal Gildo Castelarin são repletas de trocas e aprendizados. Migrantes vindos de países como Venezuela e Haiti reúnem-se para expandir seus conhecimentos no idioma português e explorar práticas culturais que contribuem para uma inserção mais ampla na sociedade brasileira. As atividades, realizadas das 9h às 11h, incluem atividades com diversos gêneros textuais escritos que circulam na sociedade,   além de vídeos curtos, oficinas de produção de alimentos que ensinam sobre aproveitamento integral de alimentos, mas também que abordam aspectos culturais do Brasil, Venezuela e Haiti. Também são analisadas obras de arte e outras manifestações culturais, como a música, enriquecendo o aprendizado com a fruição artística.

O projeto, desenvolvido desde 2019, é coordenado pela professora Maria Aparecida Lucca Paranhos, atende diretamente 15 imigrantes e alcança mais de 60 pessoas, ao considerar os impactos nas famílias dos participantes. Além do ensino da língua, a proposta instrumentaliza os participantes a utilizarem ferramentas digitais, aprimorando o raciocínio lógico e fomentando expressões artísticas como música e pintura. “Queremos criar um espaço onde o aprendizado do idioma se integre ao conhecimento cultural, valorizando os saberes de cada um e promovendo a cidadania”, afirma Maria Aparecida.

Ações do projeto são desenvolvidas aos sábados na Escola Municipal Gildo Castelarin
Ações do projeto são desenvolvidas aos sábados na Escola Municipal Gildo Castelarin | Foto: Divulgação.

Yulisbeth Alejandra Leiva, imigrante venezuelana, uma das participantes do projeto, destaca a relevância da iniciativa para sua adaptação ao Brasil. “O projeto nos ajuda não apenas a aprender a língua, mas também a compreender mais sobre os direitos e as culturas locais. Isso nos permite crescer e nos sentir parte deste lugar”, afirma. Já Julbert Jean, haitiano, outro jovem beneficiado pelo projeto, relata as transformações proporcionadas desde que começou a participar das ações do programa de multiletramento. “Este projeto nos ensina a nos comunicar de forma mais eficaz e a entender profundamente a cultura brasileira. Ele nos orienta sobre nossos direitos como imigrantes, promove a socialização e nos inspira diariamente a sermos pessoas melhores, contribuindo para uma vida mais plena no Brasil”.

Para Ana Luísa Koshewski, aluna do Curso Técnico em Administração do campus e bolsista do projeto, a experiência vai além do ensino da língua portuguesa aos participantes. “O projeto me proporcionou vivências incríveis, tive contato com culturas diferentes da minha e conheci pessoas excepcionais. Acredito que tenha a mesma importância para os imigrantes, pois no projeto eles possuem o contato com culturas diferentes, fazem novas amizades e conseguem ir se adaptando ao novo país com muito carinho e apoio de todos os envolvidos no projeto”, comenta a estudante.

Com um olhar atento às barreiras enfrentadas pelos migrantes, como a falta de domínio do idioma e a dificuldade no acesso a tecnologias, o projeto se propõe a construir um espaço inclusivo e acolhedor. A abordagem dos multiletramentos amplia as possibilidades de integração social ao trabalhar diferentes linguagens e práticas artísticas, enriquecendo não apenas os participantes, mas toda a comunidade.

O projeto, que encerrou suas atividades de 2024 em novembro, continuará, em 2025, a acolher novos participantes e a fortalecer laços interculturais. Assim, as práticas extensionistas desenvolvidas no âmbito do IFFar auxiliam para que Santo Ângelo se consolide como um município mais plural e inclusivo, alinhado aos compromissos globais com o desenvolvimento sustentável e a convivência harmoniosa entre diferentes povos.

Secom

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