Lançamento bate recorde na final da Mostra de Foguetes do IFFar
Por alguns segundos, o céu de Santa Rosa concentrou os olhares atentos de estudantes e professores, acompanhando a trajetória dos foguetes lançados na final da Mostra de Foguetes do IFFar.

Estudantes de diferentes campi do IFFar se preparam para os lançamentos durante a final da Mostra de Foguetes, realizada em Santa Rosa.
Realizado no dia 6 de novembro, como atividade paralela da Mostra de Educação Profissional e Tecnológica (Mept), o evento entrou para a história ao registrar um novo recorde.
A Mostra de Foguetes tem por objetivo fomentar o interesse pela Astronáutica, Física, Astronomia e ciências afins, unindo teoria e prática em uma dinâmica lúdica e cooperativa. Para chegar à final, cada equipe passa pelas etapas classificatórias realizadas nos campi ao longo do ano, um percurso que envolve cálculos, construção, testes e muita troca entre os estudantes.
O professor Emmanuel Veiga de Camargo, membro da comissão organizadora, explica que a atividade cria um ambiente único para a aprendizagem científica. “A Mostra de Foguetes constitui uma oportunidade singular para o desenvolvimento integral dos estudantes do IFFar, à medida que promove a vivência prática dos conhecimentos científicos estudados em sala de aula. A atividade possibilita que os alunos mobilizem habilidades experimentais fundamentais, como a elaboração de hipóteses, a análise de variáveis, o planejamento de ensaios e a interpretação de resultados”.
Ele destaca ainda que o trabalho coletivo é parte essencial da experiência. “A execução de um projeto de foguete requer organização, cooperação, comunicação clara e divisão de responsabilidades. Dessa forma, a Mostra de Foguetes do IFFar não apenas estimula o interesse pela ciência, mas também consolida atitudes colaborativas e o protagonismo estudantil”.
Movimento no Campus Júlio de Castilhos e o caminho até Santa Rosa
No Campus Júlio de Castilhos, o envolvimento estudantil foi intenso. A etapa local reuniu 33 equipes e cerca de 200 estudantes, movimentando o campus com estudos, experimentos e aprendizados que cruzaram diferentes áreas do conhecimento. A professora de Física Daniela Schittler, que representou o professor Claudio Luiz Hernandes na final, descreve o impacto da atividade no cotidiano escolar. “Realizamos a etapa local com 33 equipes. É muita gente envolvida, por isso organizamos tudo em horários de dez minutos para cada grupo fazer o seu lançamento. O projeto é obrigatório no primeiro ano, mas os estudantes continuam no segundo e terceiro porque se empolgam”, conta.
A criatividade e a interdisciplinaridade, aponta a professora, avançam a cada edição. “A base é a Física, mas eles vão atrás dos professores de Química e de Matemática para aprimorar cálculos e materiais. Este ano, algumas equipes produziram as aletas (peças fundamentais para a direção tomada pelo dispositivo) e a ponta dos foguetes com a impressora 3D do campus. A evolução de um ano para outro é impressionante”.

Professora Daniela Schittler com os estudantes Conrado Carraro Brum, Arthur Rangel Farias e João Henrique Braz de Vargas, da equipe CO₂ do Campus Júlio de Castilhos, durante a final da Mostra de Foguetes
A experiência dos estudantes na etapa final
Entre os participantes da etapa final em Santa Rosa, o estudante João Henrique Braz Vargas, do 3º ano do curso Técnico em Informática integrado ao ensino médio do Campus Júlio de Castilhos, integrante da equipe CO₂, fala sobre aprender fazendo: “Esta é a minha segunda vez competindo, mas participo da Mostra de Foguetes desde o primeiro ano”. O estudante acredita que participar de atividades complementares durante a formação auxilia na compreensão dos conteúdos. “Quando se coloca em prática Física, Química e Matemática, tudo começa a fazer sentido. A gente aprende de verdade quando vê funcionando ali no lançamento”, relata João Henrique.
Arthur Dias, também da equipe CO₂, lembra dos desafios do percurso. “No meu primeiro ano, o nosso foguete nem saiu da base por causa de um problema técnico. Este ano, nossa maior conquista foi ver o foguete partir. Pode parecer simples, mas, para nós, é uma vitória enorme. Cada edição faz a gente evoluir”. Ele reforça o incentivo a quem está começando. “Quem não passou da fase local ou não conseguiu o resultado que queria aqui na final não precisa desistir. Aprende-se participando. Uma hora dá certo”.
Recorde histórico e aprendizado coletivo
O entusiasmo do dia cresceu ainda mais quando um dos lançamentos ultrapassou a marca registrada em todas as edições anteriores: 382 metros, alcançados pela equipe Quasar, do Campus São Vicente do Sul. Emmanuel destaca o significado da conquista. “O alcance de 382 metros representa um marco para o projeto e para todos os estudantes participantes. Tal resultado evidencia o comprometimento das equipes, o rigor metodológico na construção dos protótipos e a capacidade dos alunos de aperfeiçoarem seus modelos a partir de observações, testes e análises criteriosas”.
O docente lembra que a diferença entre o primeiro e o segundo lugar nesta edição mostra o nível técnico da competição. “A equipe HP², de Santo Augusto, alcançou 251 metros. A diferença de 131 metros demonstra a evolução dos projetos e a habilidade das equipes em otimizar seus foguetes, mesmo com materiais acessíveis”.
Para o professor, o impacto vai além do número. “Mais que um recorde, a marca traduz o esforço coletivo, o aprendizado construído ao longo do processo e o entusiasmo pela ciência, fortalecendo o vínculo dos jovens com práticas acadêmicas e com a descoberta científica”.
Confira abaixo as equipes premiadas na Mostra de Foguetes
1º lugar – Equipe Quasar – Campus São Vicente do Sul
Distância: 382 metros
Alunos: Victor Domingos Savian Heck, Augusto Gabriel Kemmerich, Lucas Gressler Trojahn
Orientador: Marcus Vinicius Snovarski Fonseca
2º lugar – Equipe HP² – Campus Santo Augusto
Distância: 251 metros
Alunos: Halana Enderle da Cruz Fernandes Godois, Paulo Henrique Pressi de Ponce, Pedro Henrique Cequinatto Trautmann
Orientador: Carlos César Wyrepkowski
3º lugar – Equipe CO₂ – Campus Júlio de Castilhos
Distância: 249 metros
Alunos: Conrado Carraro Brum, Arthur Rangel Farias, João Henrique Braz de Vargas
Orientador: Claudio Luiz Hernandes
Secom
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