Mept 2025 amplia ações de acessibilidade com Sala de Acomodação Sensorial
A movimentação intensa dos corredores, o fluxo constante de público e o entusiasmo natural de um grande evento fazem parte do clima da Mostra de Educação Profissional e Tecnológica (Mept).

Em 2025, porém, a comissão organizadora decidiu dar um passo a mais: criar um espaço silencioso, confortável e pensado especialmente para estudantes com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e outras neurodivergências. A Sala de Acomodação Sensorial, montada no Campus Santa Rosa, marcou a edição com um gesto concreto de inclusão.
A iniciativa nasceu de uma preocupação compartilhada entre as equipes da Mept e da área da educação especial. A professora de Educação Especial Lidiane Barreto Alves Zwick, do campus Santa Rosa, explica que a proposta surgiu da necessidade de garantir que todos os estudantes pudessem vivenciar o evento com mais conforto. “Nos foi solicitado que houvesse um espaço em que os estudantes pudessem descansar e se organizar, principalmente os alunos com transtorno do espectro autista. A Mept é um evento grande, reúne participantes de todos os campi e envolve deslocamentos longos. Isso tira esses alunos da rotina habitual e pode gerar desconforto”, afirma.
A sala foi montada dentro do prédio administrativo, próxima a banheiros e bebedouros, mas afastada dos ambientes de maior circulação do evento. Segundo Lidiane, a escolha do local buscou afastar estímulos visuais e sonoros. “É um espaço mais tranquilo. Organizamos uma sala com poltrona, boa iluminação, ar-condicionado e ventilação adequada. A ideia era oferecer um ambiente acolhedor, onde pudessem fazer uma pausa e retomar o evento quando se sentissem confortáveis”, comenta.
Ao longo do dia, o espaço recebeu estudantes principalmente no intervalo do almoço. Alguns permaneceram conversando, outros aproveitaram para descansar. O retorno das professoras responsáveis pelos grupos confirmou a importância da iniciativa. “Os relatos mostram que os alunos gostaram muito. Sentiram-se mais seguros por poder participar de um evento grande e, ao mesmo tempo, ter um local para se reorganizar sensorialmente”, destaca a educadora especial.
Para o presidente da Mept 2025, professor Adriano Marchesan, a criação da sala acompanha um movimento que já se consolidou em outros ambientes públicos. “A oferta de espaços sensoriais está se tornando uma tendência em aeroportos, shoppings e parques, porque esses locais estão se adequando às necessidades de pessoas atípicas. Sabendo que o IFFar promove a inclusão de estudantes com TEA e outras neurodivergências, entendemos que disponibilizar essa sala seria uma ação alinhada ao compromisso institucional”, explica.
A organização do espaço contou com a colaboração das Coordenações de Apoio às Pessoas com Necessidades Educacionais Específicas (CAPNE) de todos os campi, que identificaram previamente estudantes que poderiam se beneficiar do recurso. A expectativa se confirmou ao longo do evento. “A sala foi procurada também por estudantes com outras deficiências, o que reforça a importância de espaços assim. Ela se consolidou como um ambiente de apoio para quem precisou”, destaca Adriano.
A Sala de Acomodação Sensorial tornou-se uma das marcas desta edição da Mept e abriu caminho para que ações de acessibilidade sigam integrando a estrutura dos próximos eventos do IFFar, fortalecendo a ideia de que inclusão se materializa nos detalhes, nos cuidados e nos espaços que acolhem.
Secom
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