IFFar qualifica atuação das Bancas de Heteroidentificação com curso realizado em 2025
Garantir justiça, transparência e efetividade às políticas de cotas raciais foi o eixo central do Curso de Formação para Bancas de Heteroidentificação de Pessoas Candidatas Autodeclaradas Pretas e Pardas, promovido pelo IFFar ao longo de 2025.
Professor Guilherme Costa Garcia Tommaselli (IFMS) ministrou palestra presencial do curso durante o VII Seminário de Educação, Diversidade e Inclusão (SEDI), realizado no Campus Frederico Westphalen.
A formação ocorreu entre 7 de julho e 8 de dezembro, com carga horária de 25 horas, reunindo servidoras e servidores que atuam ou desejam atuar nas comissões de heteroidentificação da instituição.
Realizado em formato híbrido, com cinco encontros síncronos on-line e um encontro presencial, o curso teve como público-alvo as membras e os membros das Comissões de Heteroidentificação dos processos seletivos do IFFar, além de demais servidores e membros da comunidade interessados na temática. A proposta buscou fortalecer a atuação das bancas, assegurando que as vagas reservadas sejam ocupadas por pessoas que atendam aos critérios das políticas de cotas raciais.
Para a coordenadora de Ações Afirmativas do IFFar, Katiele Hundertmarck, a formação representou um avanço institucional significativo. “O curso possibilitou à comunidade aprofundar o estudo sobre a temática, ampliando as perspectivas acerca do combate ao racismo e da importância dos processos de heteroidentificação para assegurar o ingresso, pelas políticas de cotas, a quem de fato tem direito”, explica.
Formação técnica, histórica e ética
Ao longo do curso, os participantes tiveram contato com conteúdos que abordaram desde o histórico das políticas afirmativas no Brasil, passando pelas discussões sobre colorismo, igualdade racial, combate ao racismo e os fundamentos teóricos e legais das bancas de heteroidentificação, até os procedimentos específicos adotados pelo IFFar.
A formação contou com a participação de pesquisadoras e pesquisadores de diferentes instituições federais, além de servidoras e servidores do próprio IFFar com atuação direta na temática. Entre os destaques, estiveram as discussões conduzidas por especialistas como Márcio Sônego, Guilherme Costa Garcia Tommaselli, Mônica do Nascimento Barros e Alessandra Alfaro Bastos, sempre acompanhadas por mediações de integrantes das comissões institucionais.
Segundo Katiele, a diversidade de olhares e experiências constituiu um dos principais pontos fortes da formação. “Nesse sentido, a participação de ministrantes do IFMS, da UFSM e do IFMG foi fundamental para conhecer e discutir vivências distintas daquelas práticas já desenvolvidas no IFFar”, avalia.
Impacto direto nos processos seletivos
Para servidoras e servidores que participaram da formação, o curso contribuiu para ampliar a compreensão sobre o papel das bancas e a responsabilidade institucional envolvida nos processos de heteroidentificação. A abordagem teórica, aliada às discussões práticas e aos fundamentos legais das políticas de cotas raciais, foi apontada como um dos principais diferenciais da formação.
A docente de Letras do Campus São Vicente do Sul, Andriza Pujol de Ávila, destaca que o curso proporcionou uma visão abrangente sobre o tema. “O Curso de Heteroidentificação foi uma importante formação, pois abordou aspectos legais, teóricos e práticos das políticas públicas de cotas raciais. Diferentes estudiosos da área trouxeram suas contribuições e experiências, o que me proporcionou muitos aprendizados e esclarecimentos”, avalia. Para a professora, a iniciativa também reforça a necessidade de consolidar essas políticas no país. “Ainda é muito importante fortalecer e legitimar as ações afirmativas no Brasil”, acrescenta.
Na avaliação do docente de Letras do Campus Frederico Westphalen, Victor Gomes Milani, a formação contribui diretamente para qualificar a atuação das comissões nos processos seletivos. Segundo ele, o curso promoveu “reflexão, atualização e segurança metodológica”, elementos considerados essenciais para o trabalho das bancas. “Esses aspectos são fundamentais para que as comissões atuem com maior precisão, responsabilidade e respeito às diretrizes das políticas de ações afirmativas no âmbito do IFFar”, afirma. O professor também ressalta que os aprendizados do curso repercutem no trabalho docente e na formação cidadã desenvolvida pela instituição.
Compromisso com a equidade
Ao promover a formação continuada das bancas de heteroidentificação, o IFFar reafirma seu compromisso com a equidade racial, o acesso democrático à educação pública e o aperfeiçoamento constante de seus processos seletivos. A iniciativa integra um conjunto de ações institucionais voltadas ao fortalecimento das políticas afirmativas e à promoção de um ambiente educacional mais justo e inclusivo.
Secom, com informações da Coordenação de Ações Afirmativas.
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