IFFar ministra formação sobre pensamento computacional em escola indígena de Santa Maria
Na manhã de hoje (27), o professor do IFFar Christian Puhlmann Brackmann ministrou uma formação sobre pensamento computacional para professores de duas escolas indígenas de Santa Maria. A atividade foi desenvolvida na Escola Estadual Indígena de Ensino Fundamental Yvyra’ija Tenondé Vera Miri da etnia guarani.
O objetivo da formação foi capacitar os professores para desenvolverem atividades que promovam o pensamento computacional dos alunos sem precisar do uso de computadores.
Cerca de 20 professores das duas escolas indígenas existentes na cidade, das etnias guarani e kaingang, participaram da formação. O convite foi feito após as diretoras terem assistido na televisão à matéria sobre o projeto desenvolvido pelo professor. Assista aqui a matéria completa.
As duas escolas existem desde 2012 e ofertam apenas ensino fundamental. A primeira turma da escola da etnia guarani vai se formar neste ano, um marco histórico para a comunidade. A diretora Sheila Ruwer ressaltou que ainda são poucos os alunos que decidem seguir os estudos, continuando o ensino médio e chegando à universidade.
Cerca de 63 crianças estudam na escola da etnia guarani e 35 na escola da etnia kaingang. Alguns professores destas escolas são indígenas e ministram aulas relacionadas à cultura, aos valores e à língua de suas etnias.
A diretora Sheila explicou que a escola é bilíngue, ou seja, os alunos aprendem, desde os anos iniciais, tanto o português quanto a língua indígena de sua comunidade. “Esse processo acontece ao mesmo tempo, o que pode tornar a alfabetização mais lenta”.
A única forma de acesso à Internet pela comunidade é na escola. A maioria dos moradores da comunidade possui celular, mas nenhum possui computador, segundo a diretora.
“Nós fizemos o convite ao professor Christian, pois vimos uma oportunidade de trabalhar conceitos de computação com os alunos sem precisar de computadores. Além disso, o desenvolvimento do raciocínio lógico leva a questões mais práticas e visíveis, essenciais para a preparação para o futuro”, afirma Sheila.
Para a diretora da escola da etnia kaingang, Isabel Baggio, “essa formação vai ser um divisor de águas, irá abrir muitas possibilidades no processo de ensino e aprendizagem”. Além disso, Isabel destaca que, através das atividades lúdicas propostas, os alunos irão aprender com mais facilidade e de forma mais prazerosa.
Para o professor indígena da escola da etnia guarani, Jonata Benites, a formação é muito importante, pois irá ajudar na inserção dos alunos no mundo. “Não podemos ficar isolados, temos que interagir com as pessoas e, para isso, precisamos facilitar a comunicação”.
Após a formação, será feita uma avaliação conjunta entre os professores para definição de como essas atividades serão aplicadas em sala de aula.
O professor Fernando Funghetto Sagrilo, representante do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (NEABI) do Campus Jaguari, participou da formação, a qual será replicada no Centro de Referência de Santiago.
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