IFFar
Projeto desenvolvido por docentes do IFFar - Campus Santo Ângelo busca identificar dor em recém-nascidos usando o reconhecimento facial.

Professora Talitha Comaru, pesquisadora do projeto
Saber se um bebê está sentindo dor é um dos principais desafios no cuidado neonatal. Sem conseguir falar ou explicar o que sentem, essas crianças dependem do olhar atento de profissionais da saúde para que esse sofrimento seja percebido e tratado. Mas como identificar esse incômodo quando ele se esconde em expressões tão pequenas?
No IFFar – Campus Santo Ângelo, uma pesquisa conduzida pelos professores John Soldera da área de Tecnologia da Informação (TI) e Talitha Comaru da área de Ciências da Saúde, busca uma resposta. Agregando tecnologia e saúde, o projeto desenvolve um sistema que utiliza inteligência artificial para detectar sinais de dor na expressão facial de recém-nascidos. Uma proposta que pretende transformar o cuidado neonatal.
“Nosso objetivo é criar uma ferramenta que ajude os profissionais da saúde, principalmente nas Unidades de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN), a reconhecer esses traços com mais segurança e rapidez”, explica o professor John.

Professor John Soldera, coordenador do projeto
Quando as expressões dizem mais do que as palavras
A base da pesquisa é o reconhecimento facial, uma tecnologia cada vez mais presente no cotidiano das pessoas. Além de desbloquear celulares, ela é usada em aeroportos no controle de passaportes, em sistemas de segurança por imagem e até em aplicativos que criam filtros personalizados para redes sociais.
No projeto, entretanto, essa ferramenta é aplicada para identificar e avaliar o semblante de recém-nascidos, mesmo na ausência de choro ou movimento corporal. Para isso, os pesquisadores utilizam a escala NFCS (Neonatal Facial Coding System ou Sistema de Codificação da Atividade Facial Neonatal).
A NFCS parte da ideia de que a dor pode ser percebida por meio de certas feições, como franzir a testa ou apertar os olhos. Segundo a professora Talitha Comaru esse método é considerado um dos mais confiáveis para avaliar o desconforto de pacientes que não conseguem se comunicar de maneira verbal.
Em seguida, essas expressões são processadas por um modelo computacional conhecido como rede neural artificial. Ele funciona como um "cérebro digital", simulando o modo como os neurônios humanos aprendem a partir de experiências.
O sistema usa uma técnica chamada aprendizado de máquina, baseada na repetição: o programa analisa uma imagem, recebe um retorno sobre se acertou ou não, ajusta seus critérios e tenta novamente. A cada nova rodada, o modelo aprimora sua capacidade de reconhecimento. Esse mecanismo é semelhante ao que ocorre em plataformas que sugerem filmes ou em filtros que identificam e-mails indesejados.
No caso da pesquisa, o algoritmo (uma sequência de instruções que ensina um computador a realizar uma tarefa) é treinado com imagens previamente classificadas como “com dor” ou “sem dor” segundo os critérios da NFCS. Aos poucos, ele aprende a reconhecer os padrões por conta própria e com um nível cada vez maior de confiabilidade. “É como ensinar a máquina a enxergar o que os profissionais da saúde aprendem com a prática, mas de forma constante e automática”, explica Talitha.
As imagens utilizadas pertencem à base pública iCOPE, composta por 204 fotografias de 26 recém-nascidos com idades entre 18 e 36 horas. Captadas com autorização das famílias, elas mostram os bebês em diferentes situações, como em repouso e durante procedimentos médicos invasivos, como o teste do pezinho. Essa variedade é essencial para ensinar à inteligência artificial o que observar.
Antes da adoção das redes neurais, a equipe utilizava a chamada Abordagem Baseada na Aparência, em que o programa comparava diretamente traços fixos, como olhos ou boca. Embora tenha atingido bons índices, com 93% de acerto na identificação da dor, essa técnica era mais limitada, pois não considerava nuances ou diferenças entre os bebês. Com a implementação do novo modelo, mais flexível e inteligente, a expectativa é que essa taxa chegue a 95% ou até 98%.
A pesquisa ainda está em fase de desenvolvimento, mas segue avançando de maneira constante. De acordo com a TRL (Technology Readiness Levels, ou Níveis de Maturidade Tecnológica), uma escala criada pela NASA para medir o estágio desenvolvimento de uma tecnologia, o projeto se encontra no nível quatro. Isso significa que a ideia já há um protótipo inicial, ou seja, um primeiro modelo funcional sendo testado em ambiente controlado. A próxima meta é construir uma base de dados própria, o que permitirá ampliar os testes em contextos reais, com o apoio de hospitais parceiros. Essa nova etapa será essencial para verificar o desempenho do sistema com diferentes perfis de recém-nascidos e ajustar o modelo às variações do mundo real.

Os professores Thalita e John lideram a pesquisa que une tecnologia e saúde no IFFar - Campus Santo Ângelo
Um segundo olhar para a dor
Os primeiros passos ainda são dados em laboratório, mas a intenção da equipe é clara: transformar a tecnologia de reconhecimento facial da dor em bebês em uma ferramenta acessível, que possa ser usada de forma simples e adaptada a diferentes realidades da saúde pública brasileira.
“A gente pensa em algo que possa ser aplicado também no Sistema Único de Saúde (SUS), inclusive em locais com menos estrutura, onde nem sempre nem sempre há o número ideal de profissionais para acompanhar cada recém-nascido de perto”, explica a professora Talitha. A ideia é que o sistema funcione como um apoio à atuação das equipes, e não como substituição do cuidado humano. “Se você tirar um pouco do peso que está sobre os ombros dos profissionais da saúde, eles vão te agradecer. É muita responsabilidade. Essa tecnologia não vem para substituir, mas para somar, oferecendo mais segurança e precisão”, afirma.
Além do avanço tecnológico, os pesquisadores enxergam o projeto como uma oportunidade de ampliar o acesso a um cuidado mais humanizado. “Uma criança hospitalizada pode reagir com dor mesmo diante de procedimentos simples, como uma troca de fralda. E o recém-nascido, especialmente o prematuro, que é aquela criança que nasce antes do tempo, não consegue verbalizar. Se essa dor não for percebida e tratada, pode trazer prejuízos para o desenvolvimento”, destaca Talitha.
A longo prazo, os professores imaginam um sistema acoplado a berços ou incubadoras, capaz de monitorar continuamente os sinais faciais dos bebês. “Assim como hoje temos o oxímetro para medir a saturação de oxigênio no sangue, podemos ter essa ferramenta para monitorar a dor, como um quinto sinal vital”, explica a professora. Para John, a ideia é que o sistema funcione como um “segundo olhar”, sempre atento, capaz de identificar expressões que podem passar despercebidas na correria da rotina hospitalar.
A tecnologia, conforme Talitha, também pode ser útil em regiões remotas ou com escassez de profissionais. “Se a gente conseguir tornar essa ferramenta viável para uso em celulares, por exemplo, um agente de saúde em uma comunidade distante pode capturar uma imagem e encaminhá-la para avaliação de um enfermeiro no posto, economizando tempo, recursos e ampliando o alcance do cuidado”, afirma a professora.
Mesmo diante das limitações orçamentárias, os professores ressaltam que é possível fazer ciência de qualidade e com impacto social. “Nós acreditamos muito no potencial dessa tecnologia para transformar o cuidado de recém-nascidos. Agora é seguir aprimorando e, mais adiante, buscar fomento para viabilizar as próximas etapas da pesquisa”, conclui John.
Secom
Redação: Daniele Vieira - estagiária de Jornalismo
Revisão: Rômulo Tondo - Jornalista
Fotografia: Samuel Müller Forrati - Ascom - IFFar - Campus Santo Ângelo
Coordenador de conteúdo: Elisandro Coelho - Relações Públicas
Publicado em Notícias Santo Ângelo
- 13/08/25
- 10h17
Projeto desenvolvido por docentes do IFFar - Campus Santo Ângelo busca identificar dor em recém-nascidos usando o reconhecimento facial.
Publicado em Notícias IF Farroupilha
- 13/08/25
- 10h15
No dia 21 de junho de 2024, o IFFar - Campus Panambi,via Coordenação de Extensão e a Direção de Pesquisa, Extensão e Produção do Campus, estará promovendo o Curso de Qualificação para estímulo físico e mental de idosos.
O curso faz parte do projeto aprovado em Consulta Popular via COREDE, que possui o intuito de aprimorar cuidados a pessoas idosas, seja em Instituições de Longa Permanência para Idosos ou em seus próprios lares, por meio de atividades que os estimulem cognitivamente para uma melhoria do seu bem-estar mental e, por conseguinte, físico.
O curso está disponível para 11 municípios do COREDE Noroeste Colonial.
Data: 21 de junho de 2024, das 8h30min às 12h e das 13h30min às 17h
Local: Auditório do IFFar - Campus Panambi
Período de inscrições: até dia 10 de junho de 2024
As inscrições podem ser realizadas através do link do formulário abaixo, onde ressaltamos a importância da observação da data e local do curso de acordo com seu município: https://forms.gle/7TS7CvopNSzRwLGF9.
Haverá certificação de 40 horas, sendo 8 horas presenciais e as demais serão de estudo do material.
Mais informações sobre o projeto na matéria disponível através do link:
Publicado em Notícias Panambi
- 15/05/24
- 17h51
Sábado, dia 06/04, o IFFar – Campus Panambi sediou a 2ª edição do evento Saúde no Campus.
Um dia intenso em atividades, com excelente participação de público em busca de serviços e práticas para promoção da saúde física, mental e social.
Confira nosso evento em números:
+ 1000 pessoas no evento
+ 400 atendimentos prestados
+ 200 participantes nas oficinas
+ 106 vacinas contra influenza
+ 56 estudantes monitores
+ 55 testes rápidos
+ 50 triagens para doação de sangue
+ 36 doações de sangue
+ 19 parceiros e apoiadores
+ 8 oficinas
A abertura do evento contou com a saudação da coordenadora do evento, Caroline Sissy Tronco; da enfermeira da Secretaria Municipal de Saúde de Panambi, Silmara Getelina; e do Diretor Geral do Campus Panambi, Jorge Alberto Lago Fonseca.
A mostra de cursos, projetos e Núcleos do IFFar – Campus Panambi, a prestação de serviços à comunidade e a realização de oficinas seguiu-se ao longo de todo o dia, envolvendo e encantando a todos os presentes.
Agradecemos a participação do público, Comissão Organizadora, estudantes, servidores e, especialmente, às empresas e entidades parceiras do evento: Autopanambi, Bruning Tecnometal, Cotripal Farmácias, DoTerra, Escola de Capoeira do Mestre Tiagão, Estúdio B Aulas Coletivas, Espaço Físico Pilates Studio, Erva-mate Cristalina, Hemocentro de Cruz Alta, Saur Equipamentos, SESI Espaço Saúde, SAMU, Secretaria Municipal de Saúde de Panambi, Sociedade Hospital Panambi, Spode Serviços Elétricos, Romeu Waier Produções e professores Abel Benvenutti, Bruna Rosa e Rafaelle Gonçalves (IFFar).
https://iffarroupilha.edu.br/component/k2/itemlist/tag/722-saude#sigProId3e5197f602
Publicado em Notícias Panambi
- 10/04/24
- 14h38
Durante o mês de outubro foram feitas ações no campus Jaguari para comemorar a importância da saúde bucal na qualidade de vida, visto que neste mês comemora-se o Dia Nacional da Saúde Bucal e o Dia do Dentista. O campus foi decorado com lembretes sobre saúde bucal, além de conversas sobre o tema inseridas em atividades para alunos e servidores.
https://iffarroupilha.edu.br/component/k2/itemlist/tag/722-saude#sigProId94cfc759ff
Publicado em Notícias Jaguari
- 05/11/18
- 13h51
No dia 18 de outubro o projeto PID Viver Melhor promoveu uma atividade alusiva ao Outubro Rosa. Na oportunidade, os servidores participaram de uma caminhada pela área verde do campus, e foi dialogado sobre prevenção ao câncer de mama, importância da ingestão de água, hábitos nutricionais e saúde bucal, com ênfase na saúde da mulher.
https://iffarroupilha.edu.br/component/k2/itemlist/tag/722-saude#sigProId7b2ab20306
Publicado em Notícias Jaguari
- 29/10/18
- 09h28
Na quarta-feira (10/10) foi comemorado o Dia Nacional de Segurança e Saúde nas Escolas em âmbito Institucional. As atividades no Campus Jaguari contemplaram a conversa sobre dependência química com o jaguariense Claudio Lena, do Grupo Fátima/Amor-Exigente de Santa Maria - RS.
Da mesma forma, foi abordado as temáticas do Outubro Rosa e também Saúde Bucal, visto que em outubro também comemora-se o Dia Nacional da Saúde Bucal.
Essa ação foi articulada entre os Projetos de Ensino Debate Jovem e Roda de Saúde.
O dia 10 de outubro foi instituído como Dia Nacional da Segurança e Saúde nas Escolas, ou seja, dia a ser dedicado ao tratamento dessa temática no ambiente escolar, por meio da Lei Federal nº 12.645 de 2012.
Os estudantes o homenagearam apresentando a música hino nativista de Jaguari Caminhos de Jaguari, música essa de autoria de Claudio Lena.
https://iffarroupilha.edu.br/component/k2/itemlist/tag/722-saude#sigProId677dce71ad
Publicado em Notícias Jaguari
- 25/10/18
- 11h31
Nesta terça-feira (12) aconteceu mais uma atividade do projeto de ensino Roda de Saúde. As profissionais da CAE campus Jaguari, enfermeira Lisiane e médica Larissa, conversaram com os alunos sobre Dengue, Chikungunya, Zika e Toxoplasmose, aproveitando a semana do meio ambiente. Além da exposição dos temas, os alunos foram sensibilizados sobre a importância da prevenção e medidas de combate ao mosquito Aedes Aegypti.
https://iffarroupilha.edu.br/component/k2/itemlist/tag/722-saude#sigProId31be3ab2b0
Publicado em Notícias Jaguari
- 13/06/18
- 15h52
https://iffarroupilha.edu.br/component/k2/itemlist/tag/722-saude#sigProIdd2aabb0ec4
Publicado em Notícias Jaguari
- 16/11/17
- 11h07
Na tarde do dia 25, os alunos do 1° ano do Técnico em Sistemas de Energias Renováveis participaram da dinâmica Mitos e Verdades, promovida pela equipe de Assistência Estudantil. Na oportunidade, a nutricionista e a odontóloga do campus conversaram com os alunos sobre dúvidas e curiosidades sobre alimentação e saúde bucal.
https://iffarroupilha.edu.br/component/k2/itemlist/tag/722-saude#sigProIdf0d1ee6457
Publicado em Notícias Jaguari
- 29/05/17
- 13h11
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