Campus Júlio de Castilhos participou da XXIX FEICOOP
Além da palestra sobre feminismo, teve um bate-papo sobre a educação e jovens e adultos e exposição de projetos desenvolvidos no campus
A participação do Campus começou na sexta-feira com a palestra “Eu preciso do feminismo?”, com a presidenta do Nugedis, Alice de Souza Ribeiro. Ela começou sua fala relembrando o conceito de feminismo, as lutas do movimento e suas conquistas, como o direito ao voto e até, recentemente, quando a mulher conseguiu o direito de colocar o DIU sem a necessidade da permissão do marido.
Alice falou ainda sobre o trabalho doméstico ser uma das oito jornadas diárias da mulher. As jornadas são: cuidado de si (embelezamento), administração da casa, cuidado com os filhos, atenção com a relação afetiva, profissão, estudo, cuidado com os pais idosos e cuidado com os netos. Mesmo com tudo isso, as mulheres recebem cerca de 30% menos que os homens nos mesmos cargos. Nesse sentido, o governo federal brasileiro aprovou uma lei para punir as empresas que continuarem com a prática.
Após ela destacou os tipos de violência sofrida pela mulher (psicológica, moral, física, sexual, patrimonial, simbólica) e como estando vivendo a situação é difícil identificar e sair do ciclo. Nesse momento, Alice relembrou a colega Liana Gomes, que foi assassinada pelo ex-companheiro.
No sábado pela manhã, a presidenta do Nugedis fez a mediação na roda de conversa da vereadora Marina Callegaro, que teve como tema “A importância da representatividade feminina na elaboração das leis que beneficiam mulheres e meninas”.
Paralelamente a essas atividades ocorreu a exposição de alguns projetos do campus como a produção de ecobags em parceria com o Presídio Estadual de Júlio de Castilhos e o Saúde e Sustentabilidade.
Durante a tarde sábado aconteceu a roda de conversa, “Compartilhando vivências e construindo memórias da EJA/EPT”. Estiveram presentes professores/as, estudantes, coordenadores/as da EJA no IFFAR. Cleia Tonin destacou a importância da EJA e a felicidade em estar em uma feira que é referência há 29 anos. A atividade foi coordenada pela diretora de ensino, Silvia Montagner, a coordenadora de ensino. Cleonice Graciano e a professora Rosângela Soares. Os estudantes vieram do próprio campus, do curso de comércio e de escolas parceiras como o Irmão Quintino, Flory Kruel, Caic Luizinho de Grandi e Hélio Salles, dos cursos de assistente administrativo e padeiro.
A professora Jaqueline, do Flory Kruel, enfatizou que EJA é oportunidade, basta querer e que os/as estudantes devem ir em busca de seus objetivos e pode abrir a vida para novos horizontes. Uma aluna Maria contou que voltou a estudar fazendo o ensino fundamental e agora está terminando o ensino médio e técnico. Outra aluna destacou que parou de estudar aos 9 anos, pois precisou trabalhar e retornou à escola aos 58 anos, quando se descobriu depressiva.
Um outro aluno relatou que que disse para a filha que deixaria o estudo como herança para ela e, imediatamente ela o questionou perguntando quem era ele para dizer isso, já que havia parado de estudar há muito tempo. O aluno disse que sentiu seu mundo desabar e respondeu que na idade dele não seria possível e a filha lhe apresentou o EJA. Foram momentos difíceis na vida pessoal com a perda da mãe, mas ele continuou estudando e terminou e ensino fundamental e agora está terminando o ensino médio e pretende fazer uma graduação no ano que vem.
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