De 21 a 29 de novembro, aconteceu, no Campus São Vicente do Sul, uma série de atividades com o objetivo de promover reflexões a respeito do preconceito racial, da diversidade étnico-racial da sociedade brasileira, assim como da importância da cultura africana na construção social do país.

O chamado Novembro Negro busca marcar o Dia Nacional da Consciência Negra, comemorado em 20 de novembro. A programação envolveu palestra, apresentações de dança, roda de conversa, workshops de jogos e exibição de filme, além de cardápio especial. 

O evento é organizado pelo Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas do Campus SVS (NEABI) e conta com apoio da Coordenação de Ações Afirmativas, Setor de Nutrição, Direção Geral e Direção de Ensino, além de servidores e estudantes colaboradores e terceirizados.

A palestra de abertura, ocorrida no dia 21, versou sobre o papel que cada pessoa tem no combate ao racismo e foi ministrada por Rodrigo de Oliveira Lopes, professor e membro do NEABI-Campus Alegrete. Rodrigo trouxe à discussão dados estatísticos, conceitos e exemplos, de forma a esclarecer sobre aspectos sociais, culturais e econômicos que tornam evidente a existência do racismo na sociedade brasileira. Segundo ele, o processo individual de percepção das tensões raciais é o primeiro passo para a reedução de pessoas em uma perspectiva antirracista. Neste dia, houve almoço e jantar especiais no refeitório, em celebração à culinária afro-brasileira. O cardápio foi xinxim de galinha e farofa de banana + qumbe, de sobremesa.

No dia 22, após apresentação de dança com Paulo Roberto de Campos e Rutielle Marques, membros do Grupo Afrodança (Santa Maria/RS), houve exibição do filme Marighella (2019), que traz à tona parte da história do revolucionário negro Carlos Marighella, um dos principais organizadores da luta armada contra a ditadura militar brasileira. As discussões foram conduzidas por docentes participantes do projeto de extensão Ciclo História & Cinema.

NEABI produz jogo educativo sobre raça e genética

Durante o período, foram realizadas aplicações do jogo “Raça e Genética”, material educativo desenvolvido pelo Grupo de Estudos do NEABI-SVS que, por meio da dinâmica de jogo de tabuleiro, propõem sensibilizar os(as) jogadores(as) para o racismo biológico, através da desconstrução do conceito de raças biológicas em humanos.

A primeira aplicação (20/11) ocorreu com a turma de 9ª ano da Escola Estadual de Ensino Fundamental Borges do Canto, de São Vicente do Sul. A outra foi direcionada aos estudantes das licenciaturas do IFFar-SVS. Nos encontros, permeando a temática do jogo, também são abordadas questões sobre genética e hereditariedade.

O material foi produzido pelos profs Gustavo Machado e Gilvan Ferraz, pela prof.ª Andressa Ballem, além dos licenciandos em Ciência Biológicas do Campus SVS Magno Lima, Henrique Ferreira e Pâmela Rodrigues.

Integrando a programação do Novembro Negro, também houve a inauguração da sala dos Núcleos Inclusivos (NEABI e NUGEDIS). Ocorrida na sexta-feira, dia 24, a festividade reuniu equipe diretiva, membros dos núcleos, além de estudantes e servidores do Campus. Leia mais aqui.

Na manhã do dia 28, houve apresentação do Projeto de Extensão “Grupo Mójubá: Danças Populares Brasileiras”, coordenado por Jesse da Cruz, pesquisador, artista e professor do curso de Licenciatura em Dança da Universidade Federal de Santa Maria. Explorando principalmente códigos e símbolos (corporais e estéticos), Jesse relembrou as raízes e as características de danças afro-brasileiras e indígenas e suas influências em ritmos e danças atuais e populares. Houve demonstrações de Carimbó e Danças Africanas, no sentido de buscar maior reconhecimento e valorização das manifestações culturais brasileiras. A atividade contou com os participantes do projeto, em sua maioria estudantes da UFSM.

O encerramento do evento aconteceu no dia 29/11, com a chamada “Roda de Beats”, em que estudantes negros e negras reúnem se para tratar, por meio de canções trazidas por eles, temas pessoais e das negritudes.