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Série documental resgata culinária da imigração italiana no RS

Publicado em Quarta, 02 de Abril de 2025, 15h10 | por Secretaria de Comunicação | Voltar à página anterior

Na noite de 31 de março, a comunidade de Santos Anjos, em Faxinal do Soturno, recebeu o lançamento do quarto episódio da série documental Mangiare come una volta (Comer como antigamente), projeto coordenado pela professora Raquel Lunardi, do Instituto Federal Farroupilha (IFFar). Intitulado "Fortaia, a frittada dos anjos", o episódio foi gravado durante a tradicional Festa da Fortaia, realizada em outubro de 2024, e celebra um dos pratos mais emblemáticos da culinária dos descendentes de imigrantes italianos.

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Moradores de Santos Anjos acompanham lançamento do quarto episódio da série gastronômica

O evento contou com a presença de autoridades do IFFar, da UFSM, do poder público e de representantes de cooperativas locais, além de membros da comunidade e participantes do episódio. Após a exibição, a noite foi encerrada com um jantar típico italiano, preparado pela própria comunidade.

A série documental é o produto de uma pesquisa iniciada em 2018, que contou com financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), desenvolvida pelas professoras Raquel Lunardi e Rafaela Vendruscolo. O trabalho resultou em mais de 30 entrevistas realizadas com três gerações — nonas (avós), filhas e netas — de diferentes municípios que compõem a 4ª Colônia de Imigração Italiana no Rio Grande do Sul.

A ideia de transformar os relatos em episódios audiovisuais surgiu, segundo Raquel, das próprias mulheres que compartilharam suas receitas. “Foram elas mesmas que pediram para gravar fazendo os pratos. A gente queria só fazer um livro de receitas, mas quando começamos a escutar as histórias, percebemos que ali tinha muito mais: tinha memória, afeto, identidade”, conta.

Gravado em diferentes municípios e contextos — desde cozinhas de famílias até festas comunitárias — o projeto já lançou episódios sobre a cuca italiana (Rainha das cucas), o bigoli (la pasta della nonna), o bife à milanesa (Cotoletta alla milanese) e agora a fortaia. Outros episódios já foram gravados, como o da minestra em Ivorá e o do risoto, que será composto por três gravações distintas, incluindo a Festival do Risoto de Dona Francisca e o Festival de Inverno de Vale Vêneto.

No caso da gravação do episódio da cuca, “a gente gravou desde a produção do fermento até o produto final, a cuca. São dois dias de gravação, às vezes mais. Na festa da Fortaia, por exemplo, começamos às 7 da manhã e só encerramos de madrugada”, explica a professora. Cada episódio demanda intensa logística e, frequentemente, mobiliza dezenas de pessoas. Até agora, o projeto já acumula mais de 34 horas de gravação.

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Da esquerda para a direita: o Pró-reitor de Extensão do IFFar, professor Getúlio Stefanelo; o Pró-reitor de Administração, professor Deivid Oliveira; a coordenadora do projeto, professora Raquel Lunardi; e a Pró-reitora de Ensino substituta, professora Andrieli Bandeira.

A produção conta com apoio de empresas como a RZB Comunicação, de Alegrete, na captação das imagens e edição. “A ideia é mostrar como a comida pode ser um instrumento de desenvolvimento regional, de turismo e de pertencimento. Queremos comparar o que temos aqui com o que ainda é feito na Itália. A comida é uma ponte entre passado e presente”, afirma Raquel.

Segundo ela, a série também serve para valorizar festas tradicionais e contribuir com sua divulgação. “A festa da fortaia, por exemplo, é servido mais de 850 jantas. Isso estimula a economia local”, destaca.

Para além da gastronomia, os episódios registram paisagens, modos de vida e histórias de mulheres, especialmente as nonas, que carregam na memória o saber fazer que atravessou gerações. “A Dona Gentila, por exemplo, tem 88 anos e faz 200 cucas por semana. Depois do vídeo, a demanda cresceu tanto que ela mal consegue dar conta. Esse é o impacto que a gente quer: manter viva essa cultura que está se perdendo”, conclui.

O projeto Mangiare come una volta é uma iniciativa de pesquisa e extensão do IFFar que conta com a parceria do Departamento de Turismo da UFSM, de bolsistas de iniciação científica das duas Instituições de Ensino e de empresas parceiras como a CAMNPAL. Os episódios estão disponíveis gratuitamente no YouTube. 

Abaixo veja os episódios já lançados

Episódio 1 – Rainha das Cucas
Gravado na casa da Dona Gentila, em Silveira Martins, o episódio resgata o saber fazer da tradicional cuca italiana. Entre histórias de vida e o passo a passo da receita, a produção revela como o preparo artesanal desse doce típico permanece vivo graças à dedicação de mulheres como Gentila, que aos 88 anos ainda encanta com seus sabores.

 

Episódio 2 – Bigoli: la pasta della nonna
Na casa da dona Azila e do seu Nilo Weber, também em Silveira Martins, a série mergulha na tradição do bigoli, uma massa artesanal típica da Itália. O episódio mostra a técnica caseira passada de geração em geração, destacando a importância do prato, que hoje figura entre os principais das cozinhas italianas.

 

Episódio 3 – Sabores da tradição: o bife à milanesa da Quarta Colônia
Em Treviso, comunidade de Faxinal do Soturno, a senhora Claudete Vestena ensina o preparo da cotoletta alla milanese, o clássico bife à milanesa feito com carne de porco ou de gado. O episódio mostra como essa receita, de raízes italianas, ganhou espaço nas festas e mesas das famílias da Quarta Colônia.

 

Episódio 4 – Fortaia: a frittada dos anjos
Gravado durante a tradicional Festa da Fortaia, na comunidade de Santos Anjos, em Faxinal do Soturno, o episódio celebra uma das refeições mais simbólicas da região: a fortaia. A produção acompanha o preparo coletivo do prato, geralmente servido à noite com polenta, e destaca o envolvimento da comunidade na preservação dessa herança culinária.

 

Sobre a série documental
Mangiare come una volta tem como cenário a 4ª Colônia de Imigração Italiana, região central do Rio Grande do Sul formada por municípios que preservam, até hoje, os costumes trazidos pelos imigrantes italianos no século XIX. Com episódios gravados em comunidades do interior gaúcho, o projeto busca registrar e valorizar o saber fazer da culinária tradicional italiana mantida por famílias descendentes, contribuindo para a salvaguarda do patrimônio imaterial e o fortalecimento do turismo de base cultural e afetiva.

Secom

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