Ir para o conteúdo
GovBR
Ir direto para menu de acessibilidade.

Tradução Portal

ptendeites

Opções de acessibilidade

Página inicial > Últimas Notícias > FisíChef transforma sala de aula em cozinha de experimentos no Campus São Borja
Início do conteúdo da página
Notícias IF Farroupilha

FisíChef transforma sala de aula em cozinha de experimentos no Campus São Borja

Publicado em Sexta, 04 de Abril de 2025, 12h32 | por Secretaria de Comunicação | Voltar à página anterior

No IFFar - Campus São Borja, o desafio foi lançado: criar um menu com um ingrediente principal definido por sorteio, unindo técnica, criatividade e conhecimentos científicos. 

IFFar ensino fisichef 04042025

Professor Mairon Machado com as alunas do curso técnico integrado em Informática: Gabriela, Érika, Maiara, Letícia e Giovanna.

Mas essa não é a sinopse de um reality gastronômico — é a proposta pedagógica do FisíChef, atividade interdisciplinar que mobilizou estudantes de duas turmas do segundo ano do curso técnico integrado em Informática e transformou o laboratório de Gastronomia em sala de aula.

A prática reúne conteúdos de Física, Biologia e Geografia, promovendo o diálogo entre Ciências da Natureza e Ciências Humanas e Sociais Aplicadas. O objetivo: aplicar os conhecimentos adquiridos nas disciplinas para elaborar um menu completo com entrada, prato principal e sobremesa, considerando critérios como tempo de preparo, sabor, apresentação e sustentabilidade.

Sob orientação do professor Mairon Machado (Física) e com o apoio dos docentes Emerson Roballo (Geografia), Denise Palma (Biologia) e Juliana Félix (Gastronomia), os alunos vivenciaram uma jornada educativa que combina ciência e sabor, teoria e prática, conteúdo e vivência.

Receita de uma ideia que deu certo

A ideia surgiu em 2016, quando uma aluna do curso de  Física enfrentava o desafio de ensinar termologia a estudantes do PROEJA. “Era um público com idades e vivências muito diversas, então precisávamos pensar em uma abordagem que fizesse sentido para eles”, explica o professor Mairon Machado. “Aproveitamos a popularidade dos programas de culinária para unir Física e gastronomia. A partir daí, a proposta cresceu e hoje envolve outras áreas do conhecimento”.

Ao longo dos anos, o projeto se consolidou e ganhou novas camadas. Nos anos seguintes, além da Física, a atividade passou a integrar também conteúdos de Geografia e Biologia, ampliando a visão interdisciplinar dos estudantes e incentivando a construção de saberes conectados com a vida real.

Segundo Machado, o FisíChef também tem como foco o desenvolvimento de competências socioemocionais e o trabalho em equipe. “Os grupos são formados por sorteio, o que estimula os alunos a interagirem com colegas com quem talvez não teriam proximidade. Isso contribui para que desenvolvam habilidades de comunicação, empatia e liderança”, destaca.

Leia o artigo que relata a experiência do FisíChef publicado na Revista Multidisciplinar de Educação e Ciência - Kur’yt’yba

Sustentabilidade e consciência crítica

De acordo com o professor Emerson Roballo, o projeto foi além da interdisciplinaridade. “O FisíChef tornou-se uma experiência multidisciplinar e aplicada, integrando teoria e prática em um ambiente concreto, com supervisão docente”, avalia o professor.

O docente destaca que os alunos foram estimulados a investigar a origem dos ingredientes, refletir sobre o impacto ambiental da produção e pensar em alternativas sustentáveis. “Mais do que uma atividade pedagógica, a proposta buscou despertar a consciência ecológica dos estudantes e mostrar que a educação pode ser dinâmica e transformadora”, completa.

Na área da Biologia, a professora Denise Palma destaca que o projeto aproximou os alunos dos conceitos de alimentação saudável. “Trabalhamos a composição nutricional dos alimentos, abordando vitaminas, sais minerais, proteínas e outros nutrientes essenciais. Foi uma maneira interativa de reforçar os conteúdos, relacionando-os diretamente com a prática”.

Suporte técnico e primeiros contatos com a cozinha

Muitos dos estudantes nunca haviam tido contato com um laboratório de Gastronomia ou mesmo com os utensílios e equipamentos profissionais de uma cozinha. Por isso, a participação da professora Juliana Félix, do curso de Gastronomia, foi essencial para o bom andamento da atividade. Coube a ela supervisionar o manuseio correto dos materiais, orientar sobre segurança alimentar e garantir que cada grupo pudesse executar suas receitas com autonomia — mas também com responsabilidade.

Com sua presença constante no laboratório, Júlia ofereceu suporte técnico aos estudantes durante todas as etapas do preparo. Sua atuação ajudou a traduzir conceitos da prática culinária em vivências seguras e organizadas, proporcionando uma experiência completa aos alunos.

Sabores da aprendizagem ativa

A proposta pedagógica do FisíChef está alinhada à Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que defende o desenvolvimento de competências essenciais para a vida em sociedade e para o mundo do trabalho. O projeto convida os estudantes a assumirem o protagonismo do próprio aprendizado, com autonomia, raciocínio lógico e criatividade.

“Acho que esse tipo de abordagem facilita muito como iremos aprender o conteúdo”, afirma a estudante Gabriela Guilet Garcia. “Não aprendemos apenas a teoria e os apontamentos discutidos pelos professores. O legal é que é uma experiência bem mais vivencial”, completa.

Gabriela integrou a equipe que preparou um menu completo com banana. Segundo ela, o desafio de preparar três pratos em apenas 1h20 exigiu organização e agilidade. “Além dos conteúdos de cada disciplina, os professores estavam avaliando também o sabor e a estética do prato. A pressão foi grande, mas conseguimos nos sair bem”.

Giovanna Alcantara, que também participou da atividade realizando um menu com abacaxi, explica que a dinâmica envolvia o sorteio do ingrediente com uma semana de antecedência para estudo. “A gente foi orientado a não contar qual ingrediente tinha sido sorteado para os colegas, porque isso poderia dar vantagem a outras equipes. Então, além de estudar, a gente precisava manter segredo”, relata. Para ela, esse detalhe tornou a experiência ainda mais instigante. “Pesquisamos sobre o alimento, além de estudar as disciplinas e possíveis questionamentos, para que pudéssemos ter pratos que fossem ao encontro das expectativas”, relata.

Já Maiara Escobar do Nascimento teve a missão de trabalhar com a abóbora. “Tivemos acesso ao ingrediente principal com antecedência, o que nos deu uma semana para pesquisar e planejar o preparo. No começo, nem imaginava o que fazer tendo todos os pratos com abóbora em uma entrada e um prato principal. Mas, no final, conseguimos montar um menu completo”.

Letícia Rodrigues de Lima reforça que a experiência foi enriquecedora. “Por mais que tivéssemos responsabilidades individuais, houve a necessidade de compreender a proposta como um todo. Acredito que estudar para algo mais prático nos permite entender o assunto de forma mais fácil”, afirma.

Resultados à mesa

As apresentações finais ocorreram semanalmente para cada equipe. Na Turma 20, o grupo que usou abacaxi como ingrediente principal ficou com o primeiro lugar, seguido pela equipe da banana. Já na Turma 21, a equipe sorteada com a abóbora como protagonista do cardápio levou a melhor — mesmo com perrengues no caminho.

A estudante Érika dos Santos Oliveira relembra o processo com humor: “Achei muito legal, nunca tinha feito nada assim antes. Apesar de ter dado um pouco de desespero — quase queimamos os pratos em dois momentos, na verdade —, no final deu tudo certo”.

O segundo lugar da Turma 21 também ficou com uma equipe que apostou na versatilidade da banana. Em comum, todas as turmas tiveram o desafio de conectar diferentes áreas do conhecimento e transformar conteúdo acadêmico em experiências concretas, cheias de sabor e aprendizado.

No fim, mais do que receitas elaboradas, o que os alunos levam do FisíChef é a experiência de aprender de forma ativa, colaborativa e significativa — ingredientes que fazem toda a diferença na formação para a vida.

Galeria de Fotos

Secom

Fim do conteúdo da página

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Farroupilha
Alameda Santiago do Chile, 195 - Nossa Sra. das Dores - CEP 97050-685 - Santa Maria - Rio Grande do Sul. Telefone: (55) 3218-9800

Conteúdo acessível em Libras usando o VLibras Widget com opções dos Avatares Ícaro, Hosana ou Guga. Conteúdo acessível em Libras usando o VLibras Widget com opções dos Avatares Ícaro, Hosana ou Guga.