XVI Mept movimenta o Campus Santa Rosa com projetos de 11 unidades
O IFFar – Campus Santa Rosa sediou, em 6 de novembro, a 16ª edição da Mostra da Educação Profissional e Tecnológica (MEPT), o maior evento científico da instituição.
A edição de 2025 reuniu estudantes, professores e técnicos de 11 unidades de ensino, dois centros de referência e da Reitoria, em um dia de atividades voltadas à pesquisa, à inovação e ao intercâmbio de experiências acadêmicas.
Durante todo o dia, os participantes acompanharam uma programação intensa de atividades, que demonstraram o potencial da educação profissional e tecnológica para promover o aprendizado ativo de estudantes e servidores. A MEPT integra ensino, pesquisa e extensão, tendo como objetivo compartilhar os projetos desenvolvidos ao longo do ano letivo. Nesta edição, o tema foi “Planeta Água: desafios e saberes para o enfrentamento das mudanças climáticas”. A palestra de abertura ficou a cargo de Sophia Maia, estudante do ensino médio e pesquisadora no Laboratório de Paleobotânica e Evolução de Biomas (LPEB, Univates), que abordou a relação entre juventude, emergência climática e ativismo socioambiental.
A reitora do IFFar, professora Nídia Heringer, destacou o valor formativo e transformador da mostra e a necessidade de ampliá-la para que mais alunos tenham a oportunidade de aprender com essa atividade. “Nós pretendemos ampliá-la, trazendo o maior número de estudantes para participar da nossa mostra, porque todos os anos temos alunos de diferentes unidades engajados. Isso tem uma importância fundamental: nós, profissionais da educação, já estivemos no lugar dos nossos estudantes. Todos lembramos do nosso primeiro projeto de iniciação científica, do primeiro experimento, da primeira percepção da importância da ciência para transformar a sociedade”.

Professora Nídia Heringer, reitora do IFFar, durante a abertura da XVI Mept, no Campus Santa Rosa.
Em sua fala, a reitora também destacou a integração das diversas áreas institucionais: “Não acontece mudança sem que a gente pulse educação, ciência. A pesquisa precisa ser percebida como essencial. O ensino, colado à pesquisa, se transforma; a extensão, agregada a esses fazeres; a inovação, a tecnologia. É isso que experienciamos em todos os campi. Quando realizamos a MEPT, aproximamos as pessoas, integramos nossos fazeres e mostramos ao público o que estamos produzindo em ciência”, afirmou.
Segundo a diretora-geral do campus anfitrião, professora Analice Marchezan, o evento foi um marco para a comunidade acadêmica do IFFar. “Hoje vivemos um dia de conhecimento, inovação, pesquisa, extensão, ensino, experiências exitosas, empreendedorismo e superação. Estamos com a representação máxima do conhecimento da nossa instituição. Que cada um leve no coração o sentimento vivenciado aqui, em cada momento, em cada troca, em cada apresentação”.
Professora Analice Marchezan, diretora-geral do Campus Santa Rosa, celebra o sucesso do evento com estudantes e servidores.
Para a pró-reitora de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação, professora Thirssa Helena Grando, os números expressivos da MEPT demonstram a dimensão que o evento vem ganhando dentro do IFFar. “O que marcou a MEPT deste ano é que temos percebido que a mostra está ficando pequena para o tamanho do nosso IFFar. Nossa instituição cresceu, o número de estudantes cresceu e o número de projetos também cresceu. Neste ano, batemos recorde: foram 537 resumos expandidos, um aumento de 40% em relação à última edição”, explicou.
Thirssa Helena acrescenta que, diante desse crescimento, a organização buscou ampliar os espaços de apresentação: “Ampliamos o número de trabalhos apresentados presencialmente em banners. Seriam 100; conseguimos chegar a 140. Ainda assim, muitos outros estudantes gostariam de estar aqui mostrando o fruto do seu trabalho. Por isso, o grande desafio para 2026 é tornar a MEPT ainda maior, para que mais estudantes possam viver essa experiência e termos ainda mais ‘olhinhos brilhando’ de orgulho”, completou.

Professora Thirssa Helena Grando, pró-reitora de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação, comenta os recordes alcançados na edição de 2025.
Já o presidente da edição de 2025, professor Adriano Marchezan, reforçou o caráter integrador e formativo da mostra. “O principal objetivo foi oportunizar um espaço de exposição, apresentação e discussão de trabalhos desenvolvidos por estudantes e servidores, fortalecendo a integração entre ensino, pesquisa, extensão e inovação”, disse. Para ele, o diferencial desta edição foi o alcance e o engajamento da comunidade: “Tivemos um recorde de trabalhos submetidos, crescimento no Desafio de Empreendedorismo e um debate essencial sobre sustentabilidade com o tema ‘Planeta Água’”.
Durante a cerimônia de abertura, 28 projetos desenvolvidos no IFFar foram reconhecidos com o Selo ODS de Educação, iniciativa que valoriza ações alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. Em sintonia com a temática ambiental do evento, a organização também anunciou medidas voltadas à neutralidade de carbono, como o plantio de 20 árvores no Campus Santa Rosa.
Além da mostra principal, o evento contou com quatro atividades paralelas, que desafiaram os estudantes sob diferentes perspectivas: Bye Bye Boss, Mostra de Foguetes, BugCup e a Mostra de Inovação Tecnológica e Cultura Maker.
Pesquisa, ensino e extensão: a MEPT reafirma a indissociabilidade do ensino público, gratuito e de qualidade da rede federal
Durante a Mostra de Educação Profissional e Tecnológica (MEPT), 140 iniciativas de pesquisa, ensino e extensão desenvolvidas nas unidades do IFFar foram apresentadas ao público, reafirmando a indissociabilidade entre ensino público, gratuito e de qualidade. Entre os projetos, histórias de estudantes que, por meio da ciência e da prática extensionista, transformam sua realidade e apontam caminhos possíveis para o futuro.

Tanandra Santos dos Santos, estudante do Campus Alegrete, apresentou pesquisa sobre a representatividade de comunidades afro-brasileiras e indígenas em livros didáticos.
Tanandra Santos dos Santos, aluna do sexto semestre da Licenciatura em Química no Campus Alegrete, levou à mostra uma pesquisa que investiga a representatividade de comunidades afro-brasileiras e indígenas em livros didáticos aprovados pelo último Plano Nacional do Livro Didático (PNLD). Primeira da família a ingressar no ensino superior, ela conta que o estudo parte da análise de imagens e textos em materiais amplamente utilizados na rede pública, com base nas Leis nº 10.639/2003 e nº 11.645/2008.
“Os resultados parciais indicam que, apesar de haver presença dessas comunidades nos livros, elas ainda aparecem associadas a papéis de subalternidade e marginalização”, relata. Influenciada por autoras como Grada Kilomba, Tanandra diz que a escolha do tema está ligada à sua trajetória como mulher negra. “Quero que outras crianças e jovens da minha comunidade se reconheçam e entendam que também podem estar nesses lugares”, afirma. A futura química pretende seguir carreira na educação e continuar pesquisando o tema na pós-graduação.
João Henrique Ledur, do Campus Santo Ângelo, investigou o potencial alelopático do óleo essencial de aroeira-salso na germinação da alfafa.
João Henrique Ledur, estudante do curso Técnico de Administração integrado ao ensino médio do Campus Santo Ângelo, apresentou uma pesquisa sobre o potencial alelopático do óleo essencial de aroeira-salso na germinação da alfafa. Preocupado com os altos índices de uso de agrotóxicos no país, o estudante buscou na pesquisa alternativas sustentáveis a partir da ação de compostos naturais. “Investigamos a aplicação do óleo em diferentes concentrações sobre sementes de alfafa durante cinco dias, avaliando taxa de germinação, velocidade e tempo médio de germinação”, explica.
Os dados mostraram que, na dosagem mais alta testada, a germinação caiu cerca de 30% em comparação ao grupo controle. Para João, o resultado é promissor “indica que o óleo pode atuar como bioherbicida natural”. Ele destaca a importância de aprofundar os estudos sobre alternativas aos herbicidas convencionais e já vislumbra o futuro acadêmico. “O IFFar ampliou minhas perspectivas. Hoje eu me vejo seguindo na área científica e pretendo cursar Farmácia”.
A mostra também evidenciou como a extensão universitária pode gerar impacto direto na comunidade. Uma das ações extensionistas apresentadas na Mept foi pelo estudante Mateus Henrique de Moura Horn, do curso Técnico em Marcenaria integrado ao Ensino Médio do Campus Santa Rosa, é um dos extensionistas do projeto “Espaço Mão na Massa: marcenaria para todos”, que oferece oficinas abertas à população durante eventos institucionais.
Mateus Henrique de Moura Horn, do Campus Santa Rosa, é um dos idealizadores do projeto “Espaço Mão na Massa”, que promove oficinas de marcenaria para a comunidade.
Desde sua criação, em 2023, a iniciativa se tornou uma das atrações permanentes da feira do campus, envolvendo uma equipe de 11 estudantes e professores. As atividades incluem a confecção de painéis, tábuas, bandejas, bancos e até uma oficina infantil em que crianças montam uma luminária em formato de cachorrinho. “A gente aprende muito mais do que marcenaria. Aprendemos a orientar o público, a dialogar, a conduzir processos”, comenta Mateus, que no futuro pretende trabalhar como projetista na oficina de seu padrinho.
Outro exemplo de extensão transformadora vem do Campus Alegrete. Gustavo Schmitz da Rosa, aluno do curso Técnico em Informática integrado ao Ensino Médio, apresentou o projeto “Planilhas Eletrônicas na Educação Básica”, desenvolvido em parceria com a Escola Salgado Filho, em Manoel Viana. A proposta surgiu da necessidade de promover inclusão digital entre estudantes do 6º ao 9º ano que nunca haviam utilizado um computador.
Gustavo Schmitz da Rosa, do Campus Alegrete, desenvolveu projeto de inclusão digital com planilhas eletrônicas para alunos da rede pública de Manoel Viana.
Em cinco oficinas de três horas, os alunos aprenderam desde noções básicas de informática até o uso de planilhas eletrônicas. “Nove dos doze alunos nunca tinham ligado um computador. Ver o brilho nos olhos deles ao aprender algo novo foi muito gratificante”, conta Gustavo, que destaca o cuidado da equipe com uma estudante que exigia acompanhamento adaptado. “A inclusão aconteceu de verdade, na prática”. Segundo o secundarista, a experiência revelou uma nova vocação. “A gente vai percebendo que pode fazer a diferença. Esse projeto me fez enxergar uma vocação que talvez eu ainda não tivesse percebido, a de ser docente”.
Já Isadora Welter de Morais, estudante do curso Técnico em Eventos integrado ao ensino médio do Campus São Borja, atua no projeto “A Voz das Mulheres IFFar”, que conta com orientação da professora Sabrine Amaral Martins, que promove ações de diálogo, formação e produção de podcasts sobre vivências femininas na comunidade acadêmica e regional.

Isadora Welter de Morais, do Campus São Borja, atua no projeto “A Voz das Mulheres IFFar”, que promove diálogo e produção de podcasts sobre vivências femininas.
Ao longo do semestre, ela e outras colegas desenvolveram habilidades fundamentais quem busca compreender a vivência de outras mulheres. “A principal habilidade que desenvolvi foi a escuta. Quando ouvimos de verdade, a conversa se torna mais profunda e significativa”, afirma a adolescente. Ela também percebeu mudanças pessoais durante a execução do projeto. “Eu era mais tímida. Aprendi a me comunicar com mais clareza e segurança. Isso fez muita diferença para mim.” Para Isadora, participar do projeto significa crescer como pessoa e profissional, em sintonia com sua formação e sua história.
Conheça as pesquisas premiadas na Mostra de Banners – Mept 2025
Modalidade Pesquisa
Modalidade Pesquisa
1º lugar – Inibição de Sclerotinia sclerotiorum por Trichoderma – Campus Jaguari
Alunos: Silvio Cristian da Fonseca dos Santos, Liara Colpo Ribeiro, Allieksiei Castelar Perim Souza Rodrigues
Orientadora: Tatiana Tozzi Martins Souza Rodrigues
2º lugar – Corynebacterium spp. em mastite subclínica – Campus Frederico Westphalen
Alunos: Cristiana Fernandes Valim, Kassiane Pelinson da Costa, Gabriella Martins Scopel, Eduarda Martins, Gisele Silveira Bauchspiess, Maykelli Luza, Maiara Stormoski Geittenes
Orientadora: Letícia Trevisan Gressler
3º lugar – Lucratividade na bovinocultura leiteira – Campus Frederico Westphalen
Alunos: Isabel Carolina Krohn, Evellyn Balestrin, Mayara Gonçalves de Oliveira, Marina Mello de Farias, Kauany Tainah Frighetto, Marceli Pazini Milani
Orientador: Rangel Fernandes Pacheco
4º lugar – O papel das Ariranhas no Pantanal – Campus Panambi
Alunos: João Henrique do Amaral Guerreiro, Livia A. Rodrigues
Orientadora: Caroline Leuchtenberger
5º lugar – Meninas na Tecnologia – Campus Uruguaiana
Alunas: Giovana Castro Dal Osto, Úrsula Adriane Lisbôa Fernandes Ribeiro
Orientadora: Melina Mörschbächer
Um espaço de descobertas
Entre foguetes, códigos, invenções e planos de negócios, a Mept se consolidou ao longo das 16 edições como o principal evento do IFFar, como um espaço de aprendizado ativo e transformação social. O evento mostra que a educação profissional e tecnológica vai muito além das salas de aula. A Mept está na curiosidade de quem experimenta, no erro que vira acerto e no projeto que se transforma em oportunidade.
Em 2026, a próxima Mostra da Educação Profissional e Tecnológica já tem uma nova casa, o IFFar - Campus Frederico Westphalen.
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