Projeto do IFFar ensina português e acolhe imigrantes e refugiados na região Noroeste
Iniciativa do Campus Panambi desenvolve aulas acessíveis e articula uma rede de apoio interinstitucional. O projeto Além-Fronteira, promove inclusão, cidadania e novas oportunidades para quem recomeça a vida longe de casa.

Com o agravamento da crise na Venezuela, o Brasil recebeu 194.331 migrantes em 2024, dos quais 94.726 são venezuelanos acolhidos pela Operação Acolhida, segundo dados do Ministério da Justiça. Em Panambi, no Noroeste gaúcho, a oferta de empregos no setor metalmecânico tem atraído esse público. Para apoiar sua integração, o IFFar desenvolve, desde 2021, o projeto Além-Fronteira, que oferece cursos de português e formação profissional.
O projeto é uma ação do Programa Institucional de Inclusão Social do IFFar (PIISF) e conta com parcerias da Secretaria Municipal de Educação e Cultura (Smec), da Universidade Aberta do Brasil (UAB) e do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS). As aulas ocorrem à noite e incluem também cursos gratuitos de qualificação profissional, além de apoio técnico para inscrições e uso das plataformas digitais.
O Além-Fronteira atende, em média, 20 pessoas por edição. Em 2025, as atividades iniciaram em abril e seguem até dezembro. A maioria dos participantes é de origem venezuelana, mas a sala de aula reúne diferentes histórias e nacionalidades, promovendo um ambiente de trocas culturais. Neste ano, o projeto foi ampliado para a cidade de Ijuí.
“O projeto tem transformado vidas, pois quem o frequenta tem conseguido melhores oportunidades de emprego, e as crianças e alunos surdos, que iniciaram este ano, relataram melhoria no desenvolvimento de suas atividades cotidianas e nas relações interpessoais”, destaca o professor Rudião Rafael Wisniewski, coordenador da iniciativa.
As aulas são organizadas em dois momentos. No primeiro, os participantes desenvolvem atividades com mediação do docente. No segundo, recebem orientação para acessar cursos de formação inicial e continuada oferecidos pelo IFRS. O lanche garantido pelo PIISF contribui para tornar o ambiente de aprendizagem mais acolhedor e seguro.
A proposta pedagógica busca não apenas ensinar a língua, mas também abrir caminhos para o exercício da cidadania e o fortalecimento da autoestima. “A participação contribui para o aprendizado da língua, promovendo o convívio pelo qual as relações interculturais se constituem em um ambiente comprometido com a formação humana e cidadã, pois o IFFar é uma instituição pública e inclusiva”, afirma Wisniewski.
Desde 2023, o projeto vem ampliando seu alcance e consolidando uma rede de apoio interinstitucional. O compromisso com a inclusão e a redução das desigualdades está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, especialmente ao ODS 10.
Para quem atravessa fronteiras em busca de uma vida melhor, o idioma pode ser o primeiro passo para recomeçar. No IFFar, cada palavra aprendida representa uma nova possibilidade de futuro.
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